Sociedade

Rostos sem Máscara - 41 - Inês Rodrigues: “Eu adoro cozinhar de paixão”

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Tem nas mãos um dom precioso, interligado à “paixão” por aquilo que faz com muito amor. Inês Rodrigues dá tudo de si, em cada prato que prepara para os “seus meninos”, da Escola de Casaldelo, há 34 anos.

São 10h15. O barulho que se ouve na cozinha da Escola de Casaldelo é apenas o do fogão que está ligado há mais de uma hora, e que permite que Inês Rodrigues, cozinheira, confecione mais de 60 refeições que começam a ser distribuídas, por volta das 11h30, aos alunos que estão nas Atividades de Animação e de Apoio à Família – AAAF, do pré-escolar e ATL do primeiro ciclo.
A ementa do dia é sopa de legumes e escalopes de vitela estufados com esparguete. Ali nada é confecionado de véspera. Só a carne e o peixe ficam a descongelar. Depois de tudo estar em andamento, começa por preparar a ACCP, ou seja, Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos. “Grande parte da população desconhece o processo de uma cozinha, a responsabilidade que temos nas mãos, pois o nosso trabalho é avaliado diariamente. Felizmente nunca tivemos nenhuma intoxicação alimentar”.
A cozinheira fala de um trabalho “de muita responsabilidade”, dividido entre panelas de vários quilos e debaixo do vapor do fumegar permanente dos tachos, do fogão, que a faz sentir sempre num dia de verão, mesmo nos dias de maior inverno. “Eu costumo dizer que este calor faz bem à pele” (risos).
Apesar de esta ser uma época “mais calma”, com menos refeições devido ao período de férias escolar, em junho, serviu cerca de 200 refeições, para os alunos do básico e jardim-de-infância.
Em média, durante o período letivo, saem daquela cozinha cerca de 190 refeições diárias. Cozinhar para crianças tem, e sempre teve, um grau de “exigência” elevado. ”Os miúdos têm manias para não comer, obrigam-nos a perceber se dói mesmo a barriga ou não”. A experiência permite-lhe dizer, sem qualquer dúvida, que os “meus meninos”, como carinhosamente lhes chama, “necessitam cada vez mais de atenção, o que, infelizmente, nem todos os pais dão aquilo que eles merecem. As crianças têm de ser valorizadas. Isso é muito importante”, defende.

Ar­tigo dis­po­nível, em versão in­te­gral, na edição nº 3901 de O Re­gi­onal,
pu­bli­cada em 21 de julho de 2022

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