Sociedade

“Os netos são uma continuidade da vida”

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São fonte inesgotável de amor, sabedoria e dedicação. Para estes homens e mulheres, os netos representam a continuidade da “vida, da família”. No Dia dos Avós, que se assinalou na última terça-feira, fomos conhecer algumas histórias

Poucos são aqueles que não têm memória dos mimos, da comida, das conversas, durante a temporada em casa dos avós nas férias de verão. São recordações que marcam, e que, segundo os especialistas, são fundamentais para a relação com os avós, e que contribuiu para o desenvolvimento das crianças.
Estamos em plenas férias letivas, e são já alguns os netos, nesta altura, que rumaram para casa dos avós, uma vez que muitos pais não conseguem conciliar a profissão durante o período de férias escolares dos seus filhos, e as atividades de tempos livres nem sempre estão disponíveis ou mesmo acessíveis a todos os bolsos, sendo a casa dos avós uma das opções.
Em Portugal, o Dia dos Avós celebra-se a 26 de julho (última terça-feira).
São avós e orgulham-se disso, pois afirmam, com convicção, que “os netos são uma continuidade da vida, transmissão de valores”, e a força que necessitam nesta idade para se sentirem “vivos e ativos”.

“Orgulho indescritível”

Maria Celina Oliveira tem 11 netos, e “orgulho indiscritível” em todos eles. “O meu Pedro deu-me que fazer. O raio do moço era um verdadeiro terror”, ao contrário da irmã que era um “docinho”. Foi este Pedro e a Lara e os restantes netos que a ajudaram a recuperar de um problema oncológico. Hoje diz com a maior da satisfação que criar os meus netos, e em particular o “terror do Pedro”, (risos) “foi a melhor fase da minha vida”, porque a fizeram sentir “útil, viva e acarinhada”, revela, não escondendo a emoção.
Aos 73 anos, Celina das “figueiras”, como é carinhosamente reconhecida, assegura que, apesar da vida não lhe ter sido sempre fácil, educou os seus netos da mesma forma que fez com os seus filhos, mantendo o rigor quanto às regras que impunha aos filhos “Nunca admiti falta de respeito. Até um ou outro palavrão, era sempre sem maldade ou significado”. Mas não esteve sozinha nesta tarefa. “O meu marido foi sempre muito presente. Levava-os para todo o lado. Para o quintal, para os galinheiros”, ao ponto de pedirem às educadoras que “queriam ir para casa do avô”.
Ao fim de todos estes anos, Celina tem uma certeza: “Sou a avô mais feliz do mundo. Aprendi a ouvir tudo o que me dizem, e sempre com muita atenção ao que me perguntavam”, enfatiza.
E, porque os avós são uma parte fundamental na família, Fernando Santos, 67 anos, é um exemplo vivo de juventude. “Eu digo muitas vezes que, quando estou com os meus netos, não sei quem tem menos idade”, graceja.
Apesar de viver em Estarreja, e os dois netos a Rafaela de 11 anos e do Pedro de quatro em S. João da Madeira, a distância parece nunca ter sido um problema. “Não é possível descrever a felicidade e o sentimento de ser avô, e de os ter por perto. É uma casa cheia. Uma felicidade para os avós, sem fim. A única coisa que se pede, quando chegamos a esta idade, é amor, respeito, e uns fortes abraços tanto dos netos como dos nossos filhos”, afiança.
Apesar de não ter um convívio permanente, “como gostava”, com os netos, justifica que uma boa relação “não passa pela quantidade do tempo que passamos juntos”, mas, sim, “da forma como esse tempo é utilizado”.

Ar­tigo dis­po­nível, em versão in­te­gral, na edição nº 3902 de O Re­gi­onal,
pu­bli­cada em 28 de julho de 2022

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