Na ceia de Natal dos sanjoanenses “pode faltar tudo, menos o bacalhau”

É uma ceia especial e em família. Por isso, são muitos os sanjoanenses que não abdicam do bacalhau na noite da consoada. Lombos, parece ser a preferência de quem compra um peixe, que pode chegar aos 40 euros por quilo.

O bacalhau, rei e senhor da gastronomia portuguesa, é uma bandeira cultural e identitária. Reza a história que este peixe entra na ementa de Natal de forma natural. Hoje, até se pode dizer que não há Natal sem bacalhau à mesa dos sanjoanenses no jantar dessa noite, sendo que, para o dia 25, o polvo ou cabrito assado vêm ganhando terreno ao farrapo velho.
“Não dispensamos o bacalhau na ceia de Natal”. A garantia é de Pedro Lima que faz questão de manter a tradição familiar. “No dia 25, temos polvo, mas a farrapada e o rapar do tacho fazem parte da tradição desta época”, refere este sanjoanense a ´O Regional´. Por seu turno, Anabela Pinho acrescenta que na ceia de Natal “pode faltar tudo, menos o bacalhau. Não é um jantar igual aos outros, pelo simbolismo, pela tradição. Natal que é Natal tem de ter bacalhau”, ressalvando que a escolha depende “da carteira dos sanjoanenses”.
Seco, demolhado ou congelado. Mais alto ou mais baixo. Salgado ou com menos sal. Na ceia de muitas famílias de S. João da Madeira continua a prevalecer a receita tradicional de bacalhau cozido, penca e ovos. “Eu, por norma, nesta altura, compro só lombos, pois é melhor para este prato. Até no dia 25, o prato é bacalhau, mas no forno”, revela.
O bacalhau do Atlântico Norte, tecnicamente designado por Gadus morhua, é o mais consumido em Portugal e faz parte da identidade nacional. Junta à mesa famílias, amigos e desconhecidos, é prato obrigatório em celebrações festivas, como o Natal e a Páscoa, é tema de conversa pelo seu inconfundível sabor, e as propriedades nutritivas que contém tornam-no um alimento saudável.

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