
‘Sob a Chama da Candeia’ é o novo filme português, realizado pelo sanjoanense André Gil Mata, que vai estrear a 28 de junho no Festival de Cinema de Marselha (FIDMarseille), um Festival Internacional de Cinema que acontece todos os anos em França.
André Gil Mata nasceu em 1978, estudou Matemática, trabalhou em fotografia e teatro e estreou-se na realização com ‘Arca d’água’, em 2009. Com este filme, ganhou vários prémios, sendo exibido em diversos festivais internacionais. Não ficou por aí. Entre a palete de filmes realizados contam-se outros premiados: ‘Casa’, no qual o realizador filmou o quotidiano da sua avó, a terceira curta-metragem ‘O Coveiro’, com locução de Adolfo Luxuria Canibal e a sua primeira longa-metragem documental ‘Cativeiro’, premiada em Cannes.
Docente na Escola Superior Artística do Porto (ESAP), o sanjoanense tentou explicar ao jornal “O Regional” o seu processo criativo. “Não é algo premeditado. Hoje em dia, os filmes fazem-se mais por necessidade do que por razões que compreendemos racionalmente”, considerou. “Para mim, é uma expressão de sentimentos e uma procura dentro do próprio processo de realizar um filme. Não vejo o cinema como uma forma de passar uma mensagem, mas sim uma forma de expressão”, descreveu André Gil Mata.
Segundo o cineasta, ‘Sob a Chama da Candeia’ retrata memórias suas e de uma casa que, para si, sempre foi “especial”. “Passei lá muito tempo. Viveram lá duas pessoas que, para mim, eram como avós; uma delas era, de facto, minha avó”, contextualizou. “São relatos do meu passado que, com o tempo, foram-se transformando numa espécie de memórias que estão distorcidas”, acrescentou. Em relação ao próprio nome do filme, André Gil Mata descreveu-o como: “Um fogo que é sempre muito grande e que nos vai aquecendo durante a vida.”
Produzido pela RUA ESCURA e pela SO-CLE, com produção associada da Agente a Norte e a Yellow Cab, as gravações propriamente ditas, feitas em 2022, duraram dois meses. “No processo, quanto mais tempo conseguirmos ganhar, melhor. Podemos fazer as coisas de uma forma mais calma, por assim dizer”, afirmou André Gil Mata. “A própria casa em si merecia… outro ritmo e outro tempo para se fazer as coisas”, apontou.
Para o sanjoanense, ser premiado pelas suas obras não é o mais importante. “Para mim, produzir é quase uma necessidade de expressão de coisas que, na vida real, não são assim tão claras; é uma busca dessas expressões”, explicou. E por Portugal? O que acha André Gil Mata de quem está na área ou pretende ingressar na mesma? “Ser cineasta é difícil em qualquer parte do mundo. Os apoios são curtíssimos”, simplificou.

Um filme com garra sanjoanense
Entre atores e equipa técnica do filme ‘Sob a Chama da Candeia’, contam-se alguns elementos de São João da Madeira, como Francisco Oliveira, Henrique Moura, Luísa Guerra, Lurdes Costa, Marcos Cruz, Santiago Mateus e Vítor Pinho. “Ainda estamos a falar de uma percentagem grande de pessoas da terra”, exemplificou André Gil Mata. “Não fazia sentido nenhum filmar em São João da Madeira e não incluir sanjoanenses”, opinou.
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