Passeio sénior, uma iniciativa que faz toda a diferença e a solidão “não entra”

É para muitos uma oportunidade única de convívio. Saem de casa, da sua zona de conforto, para conhecerem novas terras, e viverem uma experiência que os faça, por algumas horas, sair dessa solidão, onde alguns mergulham há longos anos.
A Câmara Municipal de S. João da Madeira mantém viva uma iniciativa realizada há vários anos e que visa proporcionar vivências diferentes através de passeios/convívios, transformando-os em dias diferentes e, mais do que isso, oferecer alegria, convívio e bem-estar aos seniores da cidade.
Batalha e Alcobaça foram as localidades escolhidas para levar cerca de 600 pessoas, com mais de 65 anos, para o tradicional Passeio Anual Sénior do município que, como de costume, foi repartido por dois dias.
Chamam-lhe “Passeio Sénior”, mas, se uns gostam de serem apelidados desta forma, outros nem por isso, e fazem mesmo questão de o dizer. “Nós não temos idade. O que conta é a vontade de viver de cada um de nós. Tenho a idade que tenho, não me lamento de nada”, dava conta a ´O Regional’ Rosa Ferreira, de 67 anos, que não escondia a satisfação pela “boa organização do evento”.

Se dúvidas existissem sobre o seu sucesso, os números falam por si.
O dia começou cedo para estas pessoas, que se dividiram, no primeiro dia, por sete autocarros (311 pessoas) e, no segundo, por seis (283 pessoas), que não escondiam a satisfação de conhecerem estas duas localidades conhecidas pelos seus grandiosos mosteiros, classificados Património Mundial pela UNESCO.
“Mais de que um passeio, isto é uma terapia. É um passeio maravilhoso, de partilha de ideias, sabedoria, porque cada um tem a sua experiência de vida e que pode ser partilhada nestes encontros”. A temperatura da última segunda-feira ajudou. “Está tudo maravilhoso”, garante esta sanjoanense, que ocupa um dos lugares do autocarro nº 5.
Rosa Ferreira destaca ainda o passeio anual organizado pela Junta de Freguesia, em parceria com a Câmara Municipal. “Tudo o que se fizer por estas idades e que permita que as pessoas saiam de casa, convivam, será sempre um gesto de louvar”, enfatiza.

“Temos mesmo a necessidade de sair”

A primeira paragem aconteceu em Alcobaça pouco depois das 10 da manhã, onde a comitiva esteve cerca de duas horas. Ali, os convivas tiveram a oportunidade, de forma fraseada, de conhecerem o Mosteiro, obra-prima que não deixa ninguém indiferente pela sua imponência, e é um dos mais belos testemunhos da arquitetura cisterciense de toda a Europa.

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