Cultura e Lazer

Ministro da cultura enalteceu a “aposta de risco” na arte contemporânea por parte do município

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Pedro Adão e Silva reconheceu publicamente a “persistência” e a aposta do município na cultura, destacando a qualidade do Centro de Arte Oliva de S. João da Madeira, pelo trajeto de 10 anos em prol da “democratização da cultura.

O ministro da cultura, Pedro Adão e Silva, enalteceu no 10.º aniversário do Centro de Arte Oliva (CAO), em S. João da Madeira, a “persistência e a qualidade” deste equipamento, que permite levar a “democratização da cultura” a um “reconhecimento do território”. O governante enalteceu ainda a “singularidade” e a importância desta aposta na Arte Contemporânea que permite “ser um espelho e um reflexo daquilo que é a diversidade e riqueza da sociedade portuguesa”, anunciando que equipamentos como o CAO exigem “tempo para formar públicos”, elogiando a aposta do município de S. João da Madeira na cultura, em geral, e na edificação e sustentação deste equipamento, em concreto. “Nós precisamos desta partilha de responsabilidades, que é virtuosa entre a administração central, local e a sociedade civil, este triângulo que pode tornar mais robusta a política cultural e a oferta em Portugal”.
Durante a visita, no último sábado, dia 21, a este espaço cultural, que atualmente alberga duas coleções privadas com 1.700 obras de Arte Bruta e 1.200 de Arte Contemporânea Adão e Silva, assumiu “investimentos desiguais” realizados pelos municípios, sublinhando que, há projetos e eventos culturais que poderão ser de “mais fácil retorno”, enaltecendo que a Arte Contemporânea “necessita de persistência e de tempo para formar públicos”, reconhecendo a aposta que o município sanjoanense tem feito ao longo dos anos. “É uma aposta de risco na arte contemporânea, mas é um risco que o tempo se encarrega de recompensar” uma vez que com “tempo formamos públicos” assumindo que “o gosto cultural implica formação”.
O ministro da cultura salientou os 100 milhões de euros investidos nos últimos anos em Arte Contemporânea, enaltecendo que a respetiva rede nacional já conta com 66 equipamentos, entre os quais o CAO, que “agora vai ter um incentivo de dois milhões de euros para a mediação e a colaboração entre entidades que fazem parte desta rede portuguesa”.
De salientar que o CAO conta com 3.000 obras, nomeadamente mais de 1.200 obras da Coleção dos Sanjoanenses Norlinda e José Lima e 1.700 obras de Arte Bruta da Coleção Treger Saint Silvestre.
Na sua intervenção, o colecionador José Lima desafiou a autarquia sanjoanense a que a “sua coleção” seja levada para o online, para que possa “chegar a todos” os interessados em Arte Contemporânea.

“Percurso extraordinário”

Ao longo de 10 anos, o Centro de Arte Oliva (CAO) tem levado por diante a missão de “batalhar pela cultura”, como afirmou o presidente da câmara municipal de S. João da Madeira na sua intervenção, considerando que o percurso dessa instituição “é extraordinário”.
Por isso, o autarca deixou palavras de agradecimento e reconhecimento do município a quem, em diferentes momentos, tem contribuído para a criação, afirmação e consolidação do CAO como entidade de referência na divulgação e estudo da arte.
Nesse sentido, começou por lembrar aqueles que “decidiram adquirir as instalações da fábrica Oliva” para instalar o CAO,  assim como os colecionadores que aí depositaram os seus acervos - e que foram distinguidos nesta sessão com medalhas de mérito municipal -, sem esquecer quem assegurou a direção artística da instituição.
Realçou também a colaboração de diferentes entidades que têm confiado obras dos seus acervos para a realização de exposições no CAO, bem como aquelas que vêm acolhendo as coleções em depósito em S. João da Madeira, que, dessa forma, ficam patentes ao público noutros pontos do país e no estrangeiro.
O autarca endereçou ainda uma saudação particular “a todos os dedicados e excecionais trabalhadores do município, aos artistas, curadores, ao público que nos visita e ao Governo da República”.
Referindo que “pouco ou nada acontece por acaso”,  Jorge Vultos Sequeira fez ainda questão de destacar que, “desde há 37 anos que S. João da Madeira trabalha, promove, divulga e oferece formação no campo das artes plásticas, através da Associação Cultural Alão de Morais”. E, nesse contexto, salientou “o contributo relevante do Professor Victor Costa, precisamente o primeiro diretor do Centro de Arte Oliva”.
O edil sanjoanense referiu-se também às escolas de todo o país que são recebidas no CAO, o que, segundo afirmou, é revelador da “dimensão do serviço público” que aí é prestado.

Apoio mecenático 

Uma das marcas deste 10º aniversário CAO é o arranque  de uma parceria de mecenato cultural, com a Fundação Millenium BCP, que “se desenvolve em várias frentes”, como revelou Jorge Vultos Sequeira, adiantando que incluiu a cedência de obras e o apoio financeiro para as atividades do programa do 10° aniversário.
O autarca anunciou igualmente que será desenvolvida uma outra parceria com a Fundação Ilídio Pinho, reforçando, assim, as condições para S. João da Madeira proporcionar o acesso do público, em geral, aos “bens culturais de excelência” que se encontram no CAO.
Afinal, trata-se da “única instituição do país que, a par de projetos expositivos especiais, trabalha regularmente com arte bruta, da coleção Treger Saint Silvestre, e arte contemporânea, da coleção Norlinda Lima e José Lima”, uma singularidade celebrada neste 10° aniversário, durante o qual se olhou também para novos desafios que se colocam ao CAO.
Por isso, este é um momento, igualmente, em que se lançam “sementes para o futuro”, começando pela “abertura da sala dedicada a Jaime Fernandes, artista maior da arte bruta”, passando pelas “parcerias com importantes fundações culturais” e culminando no “horizonte de possibilidades inerente à inclusão do CAO na Rede Portuguesa de Arte Contemporânea”.

Poderá ter acesso à versão integral deste artigo na edição impressa n.º 3959, de 26 de outubro ou no formato digital, subscrevendo a assinatura em https://oregional.pt/assinaturas/
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