
Chama-se “Acolhe” e é um programa criado pelo Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, em Santa Maria da Feira, que apoiará e acompanhará crianças institucionalizadas, em situações delicadas.
O Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga (CHEDV), com sede em Santa Maria da Feira, criou uma equipa para acompanhar nos próprios centros de acolhimento as crianças aí institucionalizados por ordem judicial, evitando-lhes deslocações, ansiedade e exposição.
Em causa está o Programa Acolhe, que, para o efeito, recebeu mais de 41.500 euros em financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência para comunidades desfavorecidas e deverá arrancar até ao final deste ano.
“O nosso intuito, ao pensar neste projeto, foi o de ajudar estas crianças, que, para além dos problemas de saúde de que sofrem, ainda vivem o drama do desenraizamento familiar e, muitas vezes, a completa ausência de laços afetivos com os pais”, explica o administrador do Centro Hospitalar a ´O Regional’, acrescentando que “tudo o que façamos por crianças nestas condições, contribuindo para a sua recuperação e apoiando na criação de um enquadramento de vida mais estável é sempre justificado”.
Miguel Paiva que, além do hospital sede (S. Sebastião), tem a responsabilidade de gestão dos hospitais de S. João da Madeira e de Oliveira de Azeméis, assume que “há um grande entusiasmo na nossa equipa, particularmente de Pediatria e Neonatologia, com este projeto, uma vez que o mesmo se insere na política de humanização dos cuidados que vimos desenvolvendo de forma consistente, desde há muitos anos”.
Entre pedopsiquiatras, psicólogos, pediatras e enfermeiros, cerca de 10 profissionais integram a equipa deste programa, que, em cada ano, estima ter que lidar com aproximadamente “uma centena de casos”, envolvendo crianças institucionalizadas. “Para além das vantagens em evitar que estas crianças saiam das suas rotinas nas instituições em que estão acolhidas, este projeto também ajuda as próprias instituições na gestão das suas equipas, que, geralmente, são muito limitadas de recursos, ao evitar que tenham de se ausentar para as deslocações ao hospital”, refere o responsável pelo Centro Hospitalar.

