A empreitada da Avenida do Brasil foi um dos pontos da ordem do dia que, além de suscitar uma declaração de voto dos vereadores da coligação ‘A melhor cidade do país’, também motivou a participação do munícipe Joaquim Ferreira no período destinado à intervenção do público. Como empresário na Avenida do Brasil, Joaquim Ferreira considerou que o croqui do projeto não é “prático”, tanto para os comerciantes como para os residentes naquela zona da cidade. “É muito bonito, mas não é prático”, afirmou Joaquim Ferreira. “Precisamos de estacionamento; não o vamos ter”, considerou, dando como exemplo as cargas e descargas que, na sua perspetiva, vão ser dificultadas. “Achei que devia vir aqui e mostrar o meu desagrado quanto a isso. E perguntar se tenho que sair dali ou não”, concluiu.
Uma vez que o projeto da Avenida do Brasil é “muito extenso”, o edil convidou o munícipe para uma reunião de forma a esclarecer as dúvidas sobre a questão da mobilidade, nomeadamente na área de negócio do munícipe. “Os projetistas estiveram no terreno no sentido de garantir todas as acessibilidades aos estabelecimentos comerciais e às residências. Isso é assegurado em, praticamente, todos os projetos que a Câmara Municipal executa”, garantiu Jorge Vultos Sequeira. “O nosso objetivo nunca é prejudicar ninguém; é sempre melhorar”, sublinhou, acrescentando: “O meu convite é que se faça uma análise ao detalhe do seu caso e, se for possível em obra ou em projeto, retificar alguma coisa – se estiver mal –, cá estaremos para analisar isso.”
Nas propostas referentes à adjudicação e à repartição de encargos da obra da Avenida do Brasil, estas foram aprovadas por maioria, com os votos contra da coligação ‘A melhor cidade do país’. O vereador Tiago Correia apresentou a declaração de voto da oposição para justificar a votação desfavorável. “À data de abertura do procedimento, apresentamos uma proposta alternativa onde defendíamos que fosse só repavimentada a rua, fossem melhorados os passeios, houvesse uma inclusão de ilhas verdes, não fosse retirado o separador central e não fossem reduzidos quaisquer lugares de estacionamento na rua”, enumerou, salientando a intervenção do comerciante no período de intervenção do público e realçando o facto de a coligação ter falado com pessoas daquela rua, que “não estão de acordo” com o projeto.
Encargos do complexo Paulo Pinto e do Lugar da Ponte aprovados sem votos favoráveis da oposição
A repartição de encargos referente à melhoria da eficiência energética no complexo desportivo Paulo Pinto foi aprovada com os votos do PS e com a abstenção da coligação. Segundo a declaração de voto da oposição apresentada pelo vereador Tiago Correia, esta segue a deliberação anterior da coligação. “Não conseguimos perceber bem, além das melhorias de eficiência energética, o que é que vai haver e se não vai ter influência com a questão da futura piscina”, explicou o vereador, embora considere a aplicação de medidas de eficiência energética “importante”. “Em 2017, isto já estava inscrito no pacto de desenvolvimento e coesão territorial; simplesmente, estamos a adiá-las oito anos porque o presidente, na altura, transferiu a verba de eficiência energética do pavilhão Paulo Pinto para a questão da iluminação pública”, esclareceu.
Já a repartição de encargos relativa à requalificação do espaço público do Lugar da Ponte foi aprovada por maioria, mas, desta vez, com os votos contra da oposição. Na declaração de voto da coligação, o vereador Tiago Correia referiu que, “mais uma vez", se trata de “uma decisão da Câmara que destrói o estacionamento da cidade”. “A solução dada como alternativa não é suficiente e, a seu tempo, toda a gente vai entender isto que estamos a dizer”, declarou o vereador. Nesta declaração de voto, o edil decidiu comentar. “Não há destruição no sentido de «destruição» da palavra que utilizou, que acho totalmente inadequada. Há uma reconfiguração da mobilidade”, redarguiu Jorge Vultos Sequeira. O vereador Tiago Correia, aquando do fim da intervenção do autarca, considerasse que este não deveria “ter comentado” a declaração de voto da coligação.