
Em nota de imprensa, o Bloco de Esquerda refere que apresentou, no sábado, o programa eleitoral para as autárquicas, numa sessão pública que juntou dezenas de pessoas. Os cabeças de lista à Câmara, Assembleia Municipal e Assembleia de Freguesia traçaram prioridades para o concelho e criticaram a governação local do PS, acusando-a de falhar em áreas fundamentais como a habitação e a saúde, e apontaram o PSD/CDS como “coerente apenas em propor sempre alguma coisa ainda pior do que o PS”.
Catarina Sousa, candidata à Assembleia de Freguesia, destacou os problemas nos transportes da UNIR e responsabilizou a Câmara por não assegurar melhorias, lembrando que, antes, havia autocarros para o Porto de 15 em 15 minutos, mas que agora, nas horas de ponta, a frequência passou para 30 minutos, e, no caso da ligação a Campanhã, para hora e meia. “Muitos autocarros passam lotados por causa disso”, disse, sublinhando ainda que as ligações a Aveiro, reduzidas a dois horários diários, prejudicam trabalhadores e, sobretudo, estudantes que acabam por perder quatro a cinco horas em transportes”.
Já Eva Braga, deputada municipal e cabeça de lista à Assembleia Municipal, afirmou que “em assuntos fundamentais só o Bloco defendeu os interesses de São João da Madeira”. Recordou propostas do partido rejeitadas por todas as outras forças, desde medidas para garantir habitação a custos controlados até à criação de um tarifário social automático da água. Criticou ainda a posição da autarquia relativamente ao hospital, acusando o Executivo PS de ser “cobarde” por se recusar a tomar posição mesmo perante a deslocalização de serviços.
Na apresentação, Moisés Ferreira, cabeça de lista à Câmara, defendeu que “o único projeto verdadeiramente alternativo à atual governação é o do Bloco de Esquerda” e assumiu o compromisso de colocar o hospital no centro da campanha. “PS e PSD/CDS não querem que o nosso hospital seja um tema de campanha, mas ele vai ser um tema de campanha”, garantiu, acusando os dois partidos de estarem “comprometidos com o desmantelamento” da unidade.
Sob o mote “Uma Cidade para Viver”, o Bloco apresentou propostas para reabilitar fogos devolutos, reservar 25% da nova construção para rendas a custos controlados, melhorar os transportes públicos e alargar a mobilidade sustentável. O partido defende ainda consultas de psicologia e nutrição acessíveis no centro de saúde, mais espaços verdes, equipamentos desportivos e culturais, cinema semanal e uma programação reforçada na Casa da Criatividade.
Para além da habitação, saúde e transportes, o programa inclui medidas de sustentabilidade energética, programas comunitários nos bairros, a criação de um polo de ensino superior, incentivos à investigação e à criação artística, apoios a cuidadores informais e ao bem-estar animal, bem como auditorias a contratos municipais, nomeadamente à concessão da água.
Na última semana, a agenda do Bloco incluiu ainda uma visita ao Centro de Saúde, onde defendeu o reforço da saúde mental, nutrição e medicina dentária, e uma reunião com o Clube de Campismo, em que destacou o papel do associativismo, mas defendeu mais apoios municipais e novas infraestruturas desportivas, como pista de atletismo e espaços para modalidades em falta.

