Opinião

Palavras do tempo, no nosso tempo...

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Cultivar a Amizade é um bem…
Vou contar uma pequena história que terá, aproximadamente, 54 anos…
Por essa altura, um jovem que teria os seus 17/18 anos, veio viver para S. João da Madeira. Quanto me lembro, este jovem estava a trabalhar na firma “Bulhosas & Cª.”.
Um dos sócios desta empresa chamava-se Sílvio Bulhosa, que foi durante a sua vida, um ilustre e digníssimo sanjoanense muito ligado à Associação Desportiva Sanjoanense e também a várias obras sociais da nossa Terra, e um amigo… nessa altura, eu estava em Coimbra, em Santa Clara, a cumprir o serviço militar. Num fim de semana eu estava em casa, e o senhor Sílvio veio à minha procura para me falar de um jovem que tinha vindo da cidade de Coimbra e que jogava basquetebol no Olivais Futebol Clube. Disse-me ele que já tinha conversado ao telefone com um Diretor, mas este queria “negociar”, exigindo uns quantos pares de sapatilhas SANJO para poder dispensar o jovem atleta para a Sanjoanense.
“São muitos pares de sapatilhas, e não vai ser fácil resolver o problema com a Sanjo, disse-me o senhor Sílvio”. Regressei a Coimbra e estive em contacto com o dito Diretor, a quem transmiti que não ia ser possível arranjar o número de pares de sapatilhas exigidas. Eu perguntei, e se forem apenas 50%? Ele respondeu-me, que não!
Ainda lhe disse; É pena porque o jovem já está a trabalhar e quer jogar basquetebol na Sanjoanense!
Transmiti ao senhor Sílvio Bulhosa, toda a conversa tida com o dito diretor.
Ele me respondeu: “Não te preocupes Carlos, eu espero resolver o assunto daqui por uns dias. Assim foi. De que maneira, não sei!
O Senhor Sílvio Bulhosa entregou-me 12 pares de sapatilhas(menos do que o diretor exigia) em casa e levei-as comigo quando regressei a Coimbra. O Diretor do Olivais veio buscar-me à baixa da cidade, levou-me ao Pavilhão do Clube onde as entreguei, e ali emitiram um documento devidamente preenchido e carimbado, a dispensar o seu jogador ARMANDO MARGALHO para a nossa Associação Desportiva Sanjoanense. Quando entreguei o documento ao Senhor Sílvio Bulhosa, vi que ele estava muito feliz… e deu-me um abraço.
O Armando Margalho foi integrado na equipa de Basquetebol, e eu tive o privilégio de jogar e de conviver com ele durante vários anos. Ainda hoje, partilhamos essa AMIZADE.

“Um amigo é como sol, não precisa de aparecer todos os dias para provar que existe!”

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