Sindicatos iniciam campanha de consciencialização por falta de professores

Nove sindicatos, incluindo a ASPL, FENPROF, FNE, PRÓ-ORDEM, SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU, uniram forças para lançar um leque de atividades como parte das celebrações de abertura do “ano letivo e com estas iniciativas, queremos chegar aos professores e relembrar que continuamos na luta”, avançou o dirigente sindical do Sindicato dos Professores do Norte e Professor de Artes Visuais da Escola Dr. Serafim Leite, Paulo Duarte. Uma das principais ações foi a afixação de materiais informativos e de propaganda em locais públicos, escolas e sedes de agrupamentos de escolas em todo o país.
Tais materiais visam a sensibilização das comunidades educativas locais para a necessidade de mobilização em defesa da escola pública e, especificamente, para o problema crónico da falta de professores. “A falta de professores tem a ver com a falta de condições de trabalho e é preciso continuar a investir na escola pública”, acrescentou Paulo Duarte.
Entre os principais problemas enfrentados pelos professores em Portugal estão a complexificação dos processos de trabalho, uma crescente burocratização, falta de condições de trabalho adequadas, degradação de edifícios e equipamentos escolares, precariedade laboral, salários baixos, perspetivas limitadas de aposentadoria digna, bloqueio no acesso aos escalões de topo da carreira e elevado desgaste físico e psicológico. Além disso, a falta de participação dos professores nas decisões educacionais e a dependência das “vontades” conjunturais das autarquias também são citadas como problemas recorrentes.
Segundo nota de imprensa, “A escassez de jovens dispostos a ingressar na profissão docente representa uma ameaça significativa para o futuro do sistema educativo em Portugal e exige uma abordagem séria e imediata”.
De maneira a lutar contra as adversidades sentidas pelo corpo educacional, professores e profissionais da educação em Portugal unir-se-ão numa semana de ações em defesa da valorização da profissão docente. As atividades, ocorrerão entre o dia 30 de setembro e o dia 6 de outubro.
No dia 2 de outubro, serão colocados outdoors em todo o país como parte de uma campanha contínua que se estenderá durante todo o primeiro período letivo. A dia 3 de outubro, está programado um plenário nacional junto à residência oficial do 1.° Ministro. Este evento reunirá professores e educadores de todo o país para discutir preocupações e demandas relacionadas com a educação. No dia 4 de outubro, os professores preparar-se-ão para uma greve nacional nas escolas e realizarão concentrações à porta das instituições de ensino.
O Dia Mundial do Professor, celebrado a 5 de outubro, será marcado por eventos significativos em Portugal. Por fim, a semana de ações culminará no dia 6 de outubro, com uma greve nacional dos professores.