Segundo jogo fora de casa, segunda derrota da AD Sanjoanense no acesso à Liga 3. Ao contrário da primeira, no entanto, a equipa justificou um resultado diferente em S. João de Ver e não teve a sorte do jogo. Apuramento mantém-se em aberto.
À procura de consolidar a segunda posição – e já depois de saber o resultado favorável do Leça FC – a AD Sanjoanense apresentou-se este domingo, em S. João de Ver, com os três pontos em vista. Repetindo o 11 inicial da vitória frente ao Gondomar, Sérgio Machado viu a equipa entrar bem na partida, criando perigo logo ao segundo minuto, num pontapé de canto desviado por Godinho para o fundo da baliza. O lance foi anulado por falta ofensiva, mas os dados estavam lançados.
A AD Sanjoanense assumiu a iniciativa, com muito dinamismo nos seus laterais, Jota e Aldair. Na frente, Élder Santana ia dando muito trabalho à dupla de centrais do S. João de Ver e, em menos de cinco minutos, foi travado em falta duas vezes à entrada da área. Em ambas as situações, o livre direto prometia, mas Sam Silvera executou mal e nem chegou a assustar Leo.
A partir dos 15 minutos, o jogo tornou-se mais combativo, com pouca construção e fluidez nas duas equipas. Uma fase de passes sucessivamente errados, muita disputa individual e perdas de bola constantes, não permitia aos jogadores mais criativos criarem desequilíbrios e ações ofensivas no último terço. A AD Sanjoanense ia “abusando” de alguns lançamentos em profundidade, ainda que tenha desenhado assim o lance de maior perigo na primeira parte: Jota fez um cruzamento largo para Élder Santana e o ponta de lança tentou finalizar de primeira, com o pé esquerdo, mas o ‘vólei’ saiu torto (31’).
Os pecados ofensivos já eram vários na equipa alvinegra, mas pior foi mesmo somar-lhes os defensivos. Num lançamento de linha lateral aparentemente inofensivo, a bola foi colocada na área sanjoanense, houve um desvio mal-executado e Elísio fez uma ‘rosca’ que acabou por encontrar Miguel Silva, nas costas da defesa, livre para encostar e fazer o golo do S. João de Ver (42’). Um desfecho cruel para a AD Sanjoanense, que foi para o balneário a precisar de reagir.
A segunda parte, no entanto, não trouxe boas novidades à equipa de Sérgio Machado. A equipa estava à procura de recuperar da desvantagem, criou até uma situação de perigo – num lance em que fica a dúvida se o defesa do S. João de Ver corta a bola ou a perna de Márcio – mas, aos 53 minutos, o cenário piorou: Vieirinha bateu um livre na direita, Ruben aliviou para a entrada da área e, na segunda bola, Emanuel bateu forte e colocado para o segundo golo da equipa ‘malapeira’.
O resultado era cruel para a prestação que a AD Sanjoanense estava a ter em campo, mas era aquele com que os jogadores tinham de lidar. E lidaram da melhor forma, com uma reação forte ao golo sofrido, caindo em cima do adversário e reduzindo a desvantagem nem cinco minutos depois. Um grande golo de Godinho, com assistência do parceiro na defesa e capitão de equipa, Ruben, a dar esperança de melhor futuro para os 30 minutos que faltavam.
A verdade é que a equipa fez o que tinha a fazer. Com as entradas de Paulinho e Zé Leite, houve ainda mais refinamento na construção ofensiva, a pressão sobre o adversário era constante, mas os lances de verdadeiro perigo só surgiram nos 10 minutos finais e sem a capacidade de definição que se exigia.
Numa das melhores situações, Zé Leite fez um slalom ‘maradoniano’ mas não teve clarividência no último passe. Aos 86’, Élder Santana mostrou que não estava em comunhão com a baliza e desviou, uma vez mais, uma bola ao segundo poste por cima da trave, tendo ainda estado no melhor lance que a Sanjoanense dispôs até ao final: já nos descontos, o brasileiro assistiu Mário de cabeça, e este isolado, embora pressionado pelo central contrário, atirou muito fraco para a defesa de Leo.
A Sanjoanense teve de jogar os últimos minutos com 10, por expulsão de George, que teve a reação normal de um jogador que quer repor rapidamente a bola em jogo, mas vê o adversário impedi-lo de o fazer. Entretanto, o episódio assumiu contornos de maior gravidade, por situações ocorridas no final da partida.
Um resultado inglório, que estreitou a margem de erro dos alvinegros para os três jogos que faltam realizar. Ainda assim, está tudo em aberto, com apenas dois pontos a separar a AD Sanjoanense do S. João de Ver.