Cultura e Lazer

Reversejar - Escravos dos medos de agora

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O medo, aquele impulso, que se instala bruscamente,
E se apossa do ser, pelos seus cinco sentidos,
Leva o mais corajoso a fugir abruptamente,
Abandonando o que há de mais nobre, e nós perdidos.

Mas também há aquele medo, que faz do cobarde herói!
Ou ao contrário até faz do herói talvez um covarde,
Quando menos se espera, e que todo o bem destrói!
Confusão de sentimentos, a chegar cedo ou mais tarde!

Mas também um o outro medo, subtil vai-se instalando,
Produto de um fenómeno, de um receio indefinido,
Que nos vai tomando aos poucos e nos possui no seu brando
Embalar, suave e lento, mas pertinaz, decidido…

É um medo nada a ver com aquele hesitação,
Em fazer algo ao oposto da nossa ágil consciência,
E a nossa consciência, frágil por vezes, na acção
Não age e aqui hesita, negando-lhe a evidência…

Aquele medo de agora, transformado em cultura,
Que invadiu a Humanidade nos ponteiros do nefando,
Execrável que humilha, numa certa escravatura,
Tolhendo os movimentos não sabemos até quando…

Não é um medo vulgar, como tantos outros medos,
Um medo indiscritível, um fantasma de outro mundos,
Sem se saber do porquê, da morte e dos seus segredos,
Que nos abraça e envolve, de infinitos profundos.

Flores Santos Leite

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