A obra “A Arte de Ser Boa Pessoa”, de Vítor Pinto Basto, oferece uma reflexão profunda sobre o sofrimento, a compaixão e as complexidades das relações familiares, especialmente a vivência do luto diante de uma pessoa com demência.
Durante a apresentação do livro, a professora Cristina Marques, que comentou a obra, destacou o impacto emocional que a leitura pode causar ao leitor. “Este livro tem o poder de nos trazer um efeito catártico, que nos força a refletir sobre temas profundos e difíceis, como a demência, a violência, a dependência e a perda da identidade”, afirmou.
Um dos pontos que referiram, chamar mais a atenção na obra, foi a construção da relação entre Miguel Maria e a sua mãe, que serve de estrutura para a narrativa. A professora explicou que tal relação, profundamente marcada pela doença da mãe, não é apresentada de forma linear ou simples. “A ação vai e volta no tempo, mas a ideia central é sempre a mesma: a luta contra a perda, a luta pela ternura e a procura pela compreensão da fragilidade humana”, acrescentou.
Outro aspecto sublinhado foi a utilização de um “roteiro musical” que acompanha a história, com referências a canções de artistas como Adriano Correia de Oliveira e Zeca Afonso. “A música, tal como a literatura, tem o poder de evocar emoções. O autor faz um jogo interessante ao associar a progressão da história a certos momentos musicais, criando um clima de nostalgia”, disse.
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