Sociedade

Uma roda-gigante na praça

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A primeira Festa Grande – era assim que comummente se designava a festa em honra de S. Tiago e S. Sebastião, realizada no final do mês de julho em S. João da Madeira – de que tenho memória, remonta a 1955. Por uma razão muito simples: tive direito a uma viagem numa roda-gigante que foi montada na Praça, bem perto da embocadura da Rua Padre Oliveira. Com apenas quatro anos de idade, pouco mais me ficou na memória desse acontecimento que mobilizava todos os sanjoanenses e centenas, senão milhares de forasteiros, na sua grande maioria oriundos das terras vizinhas.
Salvo melhor opinião, foi a primeira e a única vez que aquela roda esteve entre a panóplia de estruturas de divertimento que, todos os anos, por essa altura, eram instaladas na zona central da vila de então e que faziam as delícias dos miúdos e, também, de muita gente graúda.
Durante anos a fio, sempre que me assaltava a ténue recordação da viagem naquela roda-gigante que – afinal não assim tão grande quanto isso – ficava na dúvida entre se tinha sido realidade, fantasia de criança ou até mesmo sonho. O mistério só foi desvendado no final da década de 1970, durante uma visita que fiz ao “museu” de Carlos Costa e que funcionava no rés do chão da casa do fotógrafo, situada na Rua de Goa, atual Rua Durbalino Laranjeira. Numa das gavetas onde se amontoavam fotografias da vila de S. João da Madeira de outros tempos, chamou-me a atenção uma noturna da Praça, em que se vê a tal roda e que aqui se publica. Afinal, tinha sido mesmo real!

 

 

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