Garantem ter sido despedidos no início de janeiro e manifestaram-se junto da empresa, exigindo as cartas para subsídio de desemprego, apesar da empresa garantir que “não despediu ninguém”, acrescentando que “nada deve” aos funcionários.
Cerca de 50 trabalhadores da fábrica de calçado RAP Industrial, Lda, na Avenida do Brasil, em S. João da Madeira, manifestaram-se, ao início da tarde da última quinta-feira, dia 25, em frente à empresa para exigirem à direção os documentos que lhes permitam usufruir do subsídio de desemprego, apesar da empresa assumir que, até aquele dia, não tinha despedido “nenhum trabalhador”, e garante mesmo nada “dever aos trabalhadores”.
Jacinto Costa, que trabalha na empresa há dois anos, explicou que esta decisão de encerramento não apanhou os trabalhadores de surpresa. “Nós já contávamos, pois o patrão já nos tinha dito na presença de um advogado que a produção estava a faltar”, e a solução passava mesmo pelo encerramento da empresa.
O trabalhador acrescenta que o dono da fábrica tem tudo regularizado, “falta apenas pagar umas horas ao pessoal do corte, umas horitas, algumas delas realizadas ainda este mês”.
Por seu turno, Adelina Silva, funcionária na empresa há 13 anos, diz que o dono da fábrica “cumpriu com a palavra” dada aos trabalhadores. “Ele reuniu-se connosco, disse que se trabalhássemos em dezembro para acabar uma obra que nos pagava em duas vezes. E assim fez”, lamentando apenas que “não esteja a cumprir com a entrega da documentação do fundo desemprego.” Porque “essa foi uma promessa feita quando ainda trabalhávamos, e até diziam que a mesma já estava pronta”. Remata, assumindo que sempre pensou que “era nesta empresa que ia acabar os meus dias de trabalho, pois era um bom trabalho e nada tenho a apontar aos patrões”. Explica que o mês de dezembro foi pago “em duas vezes, dia 9, e dia 23 de janeiro pagou-nos o que faltava depois de termos concordado trabalhar em dezembro”.
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