Como vemos, e o que não vemos nas redes sociais, é uma preocupação permanente da PSP e de psicólogos, que alertam jovens e famílias para os perigos da Internet
Nos dias de hoje, falar das redes sociais é falar do Facebook, do Instagram, do Twitter, entre outros. As tecnologias da informação com recurso à Internet fazem parte do quotidiano da maioria dos cidadãos neste mundo global e altamente tecnológico.
É cada vez mais comum entrarmos num espaço público e rapidamente nos apercebermos do silêncio devido à enorme concentração de quem por ali está agarrado às novas tecnologias.
As conversas em família e a criação de novos amigos foram trocadas pelo “virtual”, e a sociedade agora parece já não saber viver sem esta dependência.
E se pensa que estamos só a falar dos jovens, engane-se. São cada vez mais os adultos adeptos dos suportes informáticos na hora das refeições ou nos espaços públicos. A juntar a tudo isto, temos em muitos casos os computadores no quarto, que vieram “roubar” as conversas de sala ou de cozinha.
Mas quando falamos em redes sociais, falamos de perigo, muitas vezes ignorados pelos encarregados de educação. A linguagem muda dia a dia por força das novas ferramentas de comunicação. Os fabricantes de programas informáticos e equipamentos, como telemóveis ou tablets, promovem a utilização e o consumo, produzindo aplicações e equipamentos cada vez mais eficientes e apelativos, que permitem, segundo a segundo, a interação através destas redes sociais.
Na última semana, ‘O Regional’ ouviu alunos dos três agrupamentos e grande parte deles assumiu “desconhecer” muitos dos amigos virtuais. Em casa, o telemóvel parece também acompanhar e invadir jantares e mesas de café. Dizem conhecer os perigos dos “amigos virtuais”, mas garantiram saber lidar com a situação.
“O medo de ficar sem telemóvel”
Um casal sanjoanense, que pediu reserva de identidade, conhece bem as marcas do poder do telemóvel. Uma das filhas sofre de “nomofobia”, que é como quem diz, “medo de ficar sem telemóvel”, um comportamento ligado, segundo o casal, a sintomas patológicos. “Teve alturas em que ficava em pânico, revoltada e muito chateada” quando o acesso ao equipamento lhe era negado.
Depois de um estudo relativamente a este comportamento, o casal percebeu que este vício tem “sérias consequências” para a saúde mental, e foi nessa altura em que pediram a ajuda de especialistas. “Está a ser acompanhada mas o processo não é fácil”, uma vez que sente uma necessidade de se manter fiel ao “mundo virtual” e uma vontade de “falar como se a vida dela fosse só aquilo”, um “vício” por vezes difícil de entender e de explicar, e que “interfere na escola, no comportamento com a família e junto dos próprios amigos”.
Andreia Carneiro é uma mãe atenta a esta questão. Assume a dificuldade da gestão do uso do equipamento, “principalmente” quando se tem um filho de sete anos. “É muito complicado que uma criança entenda por que não lhes permitimos mais tempo”. Principalmente quando “alguns dos amigos têm liberdade total por parte dos pais”, conta esta mãe.
O uso do telemóvel é proibido às refeições na casa desta família. “Temos 30 minutos que podemos ver depois de jantar e acabamos o dia a ler ou a conversar. O Tiago é como as outras crianças, se lhe fosse permitido, estaria sempre a jogar”. Mas Andreia divide o tempo entre jogos e desenhos animados. “Até agora tem resultado. À mesa nunca”, garante.
Paulo Pinho tem três filhos. “É difícil controlar o uso dos equipamentos quando nós, adultos, também temos essa dificuldade”. Apesar de se “esforçar”, acaba por “inconscientemente” ceder. “Ou numa explanada de café com a família”, e nos dias de hoje o trabalho “também é feito de casa”, e quando se apercebe o telemóvel já é uma companhia à mesa. Apesar de usar um equipamento que lhe permitir perceber o tempo que passamos ao telemóvel, “dificilmente refletimos no impacto negativo que o mesmo tem no dia a dia”, dando como exemplo o “mal dormir”.
Poderá ter acesso à versão integral deste artigo na edição impressa do jornal ‘O Regional’ n.º 3935, de 13 de abril de 2023, ou no formato digital, subscrevendo a assinatura em https://oregional.pt/assinaturas/