Programa incluiu ainda a reposição da peça de teatro “Intermitências”, pelo Trilho (En)Cena e a realização da exposição fotográfica “Quem me dá trabalho?”, pelo projeto “Trapézio Com Rede”, da Santa Casa da Misericórdia de S. João da Madeira.
O Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza foi assinalado em S. João da Madeira pelo Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo (NPISA) do concelho, com atividades que decorreram nos Paços da Cultura, a 30 de outubro. O programa incluiu um seminário com dois momentos de reflexão sobre as temáticas da saúde mental e habitação.
Procedeu-se ainda a reposição da peça de teatro “Intermitências”, pelo Trilho (En)Cena, e à realização da exposição fotográfica “Quem me dá trabalho?”, pelo projeto “Trapézio Com Rede”, da Santa Casa da Misericórdia de S. João da Madeira.
Segundo informação da organização, participaram neste seminário cerca de seis dezenas de pessoas, incluindo técnicos da área social, da saúde e de reinserção social.
Na abertura intervieram o provedor da Santa Casa da Misericórdia, José António Pais Vieira, a coordenadora do Centro de Respostas Integradas (CRI) Porto Central, da Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (DICAD), Joana Coutinho, do diretor do Centro Distrital de Aveiro do Instituto de Segurança Social, Fernando Mendonça, e do presidente da Câmara Municipal, Jorge Vultos Sequeira.
“Há sempre muito a fazer nesta área”
José António Pais Vieira começou por lembrar que a Misericórdia de S. João da Madeira foi criada há mais de um século, “precisamente para administrar um hospital que estava, desde o princípio, convencionado que seria um hospital para atender pessoas com capacidades económicas, para se poderem tratar os mais desprotegidos gratuitamente”, uma vez que “esta é a génese desta instituição, desde sempre”.
Nos últimos tempos, o provedor referiu que a Misericórdia “tem olhado com especial atenção para as pessoas que passam dificuldades financeiras”, lembrando a colaboração que existe com a Câmara Municipal, dando como exemplo os apartamentos partilhados para 10 pessoas, “umas do sexo feminino ou do sexo masculino”. Lembrou ainda a cantina social que distribui, por ano, “milhares de refeições e que trabalha sete dias na semana”. Mas o apoio da Misericórdia estende-se ainda à distribuição de mais de 10 toneladas de alimentos “secos não confecionados”, além da valência de resposta social «O Trilho», que acompanha “pessoas, famílias, onde estão incluídos sem abrigo e muitos outros que, embora não sendo sem abrigo, têm muitas dificuldades para angariarmos sustento”, refere este responsável.
José António Pais Vieira de uma coisa tem a certeza: “há sempre muito a fazer nesta área, e temos a noção de que é o nosso trabalho, e, muitas vezes, têm pouco sucesso, porque não depende só de nós, depende das pessoas com quem estamos a trabalhar”, dando como exemplo os toxicodependentes ou sem abrigo. “Mas não desistimos e tentamos sempre o melhor. Mas sempre somos bem-sucedidos”, termina.
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