Sociedade

Sanjoanenses que dependem da astrologia ou tarot para tomarem decisões

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“Eu não acredito em bruxas, mas que as há, lá isso há”. ‘O Regional’ percorreu os trilhos destas crendices populares, falou com pessoas, ouviram-se histórias antigas, sente-se que na cidade esta superstição está impregnada.

Há em S. João da Madeira pessoas que só avançam para um projeto profissional ou pessoal depois de fazerem consultas de astrologia ou de tarot, para que possam escolher o melhor dia para a abertura de um negócio, casamento, ou mesmo uma simples mudança de emprego.
A Ana, como lhe vamos chamar, porque nos pediu reserva de identidade, é uma mulher de negócios e não decide nada sem consultar primeiro o seu tarólogo. “Tem sido assim ao longo dos anos. Não decido nada sozinha. Quero saber o que as cartas dizem primeiro e, até agora, tem corrido muito bem, e nada do que me é dito falhou”. Além das questões profissionais, o tema saúde também a leva a consultar as cartas. “Ter uma doença, ou estar doente, é uma das minhas preocupações. Estas consultas têm-me ajudado a ser a mulher otimista que sou hoje”.
Ana não fala destes assuntos com muitas pessoas. “Ainda há muita gente cética em relação a estes assuntos. Eu percebo, pois, pelo meio, temos pessoas que não são profissionais e acabam por burlar as pessoas”. Ana não esquece o dia em que visitou, pela primeira vez, o tarólogo, que passou a ser um amigo. “Parece impossível, mas, mal entrei na sala, ele que desconhecia por completo a minha vida, acertou logo em duas coisas, ainda eu não me tinha sentado”.
Esta sanjoanense conhece outras pessoas que, como ela, gerem as suas decisões desta forma, em S. João da Madeira, mas tudo é feito de forma “discreta’’. “Esta é uma cidade pequena. Tudo se sabe e eu não quero andar na boca do povo, com rótulo de que ando nas bruxas”, justifica.
Paula, também nome fictício, é outra sanjoanense que recorre à ajuda dos astros para se orientar nas grandes decisões. Reservada quanto à sua vida profissional, explicou a ‘O Regional’ que sempre encarou a astrologia como uma ciência. “Está provado. A data, local de nascimento, a lua, ascendente, tudo isso tem uma razão de ser nas pessoas e uma orientação. Quero arriscar com segurança”, diz.
Até ao momento, “nada tem falhado” e quer continuar a “arriscar com segurança” nos seus projetos e decisões.

Ar­tigo dis­po­nível, em versão in­te­gral, na edição nº 3850 de O Re­gi­onal, pu­bli­cada em 1 de julho de 2021.

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