António Santos é uma pessoa discreta e de sorriso fácil. Fez um pouco de tudo na vida, mas, há 15 anos, o destino trouxe este homem de 58 anos para tratar da calçada em S. João da Madeira.
Todos nós paramos pouco, no nosso dia a dia para pensarmos onde estamos a colocar os pés. A rotina e a pressa não nos deixa observar, e parece ponto assente que o chão é terra firme. António Santos, de 58 anos, é um dos poucos calceteiros em S. João da Madeira. As mãos mostram a árdua tarefa que envolve o seu trabalho. António tem muito orgulho no trabalho que faz diariamente, ao serviço da Câmara Municipal, e fica triste quando alguém fala do fim da calçada ou dos “pequenos” paralelos que a cidade ainda tem. “A calçada portuguesa é um dos patrimónios referenciados do país e até da nossa região. Penso que nunca acabará, tenha ela maior ou menor arte”, assume.
A profissão é antiga. Mas, para António Santos, é uma honra, dizer: “Apaixonei-me por esta profissão, sou feliz naquilo que faço, encontro-me e identifico-me nas pedras da calçada”.
Artigo disponível, em versão integral, na edição nº 3870 de O Regional,
publicada em 16 de dezembro de 2021