Sociedade

Revista “Boa Nova”: Há 100 anos a divulgar o trabalho dos missionários pelo Mundo

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O padre Rui Ferreira, diretor da revista Boa Nova, faz uma viagem pelas notícias e acontecimentos que marcaram este século de publicações. E também olha para o futuro, fala em modernização dos tempos e do mundo digital.

Jornal ´O Regional´: A revista Boa Nova faz 100 anos. Começou por se chamar “O Missionário Católico”. Continua a ser uma Boa Nova para todos?
Padre Rui Ferreira: Sim! Num tempo dominado por más notícias, a Boa Nova é sempre a Notícia nova e boa, porque esta é a sua essência. No encontro regional de leitores, no dia 28 de setembro, em Vila Nova de Gaia, D. Roberto Rosmaninho Mariz, bispo auxiliar do Porto, disse o seguinte: «A Boa Nova é o Evangelho – Jesus. Há “Novas” (notícias, acontecimentos...) que são “Más”; há “Boas” (acontecimentos e realidades) que se tornam “velhas”. Com Jesus - com o Evangelho -, essência que a Revista “Boa Nova” transporta, estamos perante uma “Boa” que é sempre “Nova” e uma “Novidade” que é sempre “Boa”. O mundo precisa dela, o ser humano precisa da esperança que brota desta “Boa Nova”».

O que levou a Sociedade Missionária a criar esta revista?
Fundamentalmente duas coisas: dar a conhecer o trabalho dos missionários(as), em particular dos missionários portugueses, espalhados pelo mundo, e associar a esta obra o povo português, informando sobre a missão e formando nos cristãos uma consciência missionária, de que todos os batizados são discípulos missionários de Cristo e têm, como tal, o dever de evangelizar.

Falamos da primeira publicação mensal, ilustrada, pioneira da imprensa missionária em Portugal dedicada ao trabalho da Igreja Católica nos territórios de missão…
Sim. É, de facto, a primeira publicação missionária mensal, ilustrada, em Portugal, com um século de publicação ininterrupta, mesmo durante a Segunda Guerra Mundial. Acompanhou o trabalho dos missionários(as) nos antigos territórios ultramarinos, assim como assistiu à independência e ao nascimento das novas nações (Moçambique, Angola,) e continua a ser a porta-voz dos missionários e missionárias que vivem e testemunham o Amor de Deus nas periferias do mundo.

A Sociedade Missionária da Boa Nova promoveu, no último dia 12 de outubro, uma sessão comemorativa, na Sala dos Fornos da Oliva Creative Factory, em S. João da Madeira, o “ponto alto” alto das comemorações. Como decorreu este encontro e quais as razões da escolha desta cidade para assinalar o centenário?
Sempre houve uma relação de proximidade entre os “Padres de Cucujães” (Missionários da Boa Nova) e os de S. João da Madeira. Como tal, foi uma feliz oportunidade, para qual foi dado o total apoio da Paróquia e da Câmara Municipal. Graças a Deus e à ajuda de muitas pessoas amigas, foi uma festa boa e bonita, feita de convívio e alegria, entre os amigos da Boa Nova. É de salientar a lição histórica e o testemunho do Arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho, que cresceu humana e espiritualmente, no Norte de Moçambique, em Malema, com a ajuda dos Missionários da Boa Nova, e também o belíssimo concerto de Rão Kyao, que encantou os presentes com a sua flauta “mágica” levando-os a viajar através da música.

Tornar a revista mais apelativa e atraente

Que impacto tem, atualmente, a revista junto da sociedade e, nomeadamente, dos sanjoanenses?
Temos ainda bastantes assinantes nesta região… “o Projeto Assango” – que está a ajudar a nascer uma nova paróquia, na Gabela, em Angola – desenvolvido em parceria com a Paróquia de S. João da Madeira é um exemplo prático de uma Igreja missionária em saída, como pede o Papa Francisco. Este é o tipo de impacto que a Boa Nova pode ter, ajudando uma comunidade cristã a ser mais missionária, realizando a sua vocação/missão.

Poderá ter acesso à versão integral deste artigo na edição impressa n.º 4006, de 17 de outubro de 2024 ou no formato digital, subscrevendo a assinatura em https://oregional.pt/assinaturas/

 

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