Quinze dias depois do arranque da campanha do Rotaract e do Rotary de S. João da Madeira, a adesão dos sanjoanenses a esta iniciativa foi “enorme”.
Em colaboração com muitos voluntários, direções dos Agrupamentos, pais e respetivas associações, professores, alunos e assistentes, foi possível recolher “uma quantidade significativa” de bens que terão como destino a população e os refugiados ucranianos, refere os organizadores em comunicado.
Desde o primeiro dia de março, “começámos a construir caixas com as cores da bandeira da Ucrânia e com um folheto onde indicávamos os produtos mais necessários”. Essas caixas foram colocadas em dez locais, entre escolas e outras instituições. “Nos dias 3 e 4 começámos a recolher produtos, que fomos juntando na Universidade Sénior. Percebemos, desde logo, que a adesão estava a ser massiva. A cada escola que chegávamos, eram montanhas de bens para recolher”. Cerca de uma dezena de voluntários, membros do Rotaract e do Rotary Club e alguns amigos que se quiseram juntar, passaram o fim de semana “a fazer a triagem e a listagem dos produtos e a embalá-los em caixas (tarifas). Cada caixa leva rótulos a indicar o conteúdo”.
A mesma nota refere que até ao dia 16 de março, foram organizadas, na Universidade Sénior, 106 embalagens, noventa das quais já foram encaminhadas pela Câmara Municipal para os postos de expedição.
“No início, houve uma grande concentração de ofertas em vestuário, mas rapidamente se percebeu que iria ser difícil dar escoamento imediato a toda a roupa recolhida. Dentro das nossas possibilidades, procuramos dar seguimento ao que apareceu, desde alimentos a material de higiene, aparecendo também algum material médico. Enchemos também dois caixotes com comida para animal”, refere a mesma nota.
Uma experiência única
A triagem dos produtos é um ato de descoberta. “Nota-se que as pessoas põem o seu carinho e a sua solidariedade naquilo que oferecem. O mais bonito são as mensagens e os objetos colocados pelas crianças, folhas com desenhos, houve uma que encheu uma mochilinha de gomas e chocolates, várias ofereceram brinquedos, uma chupeta com termómetro e até apareceu um saco de balões. Oxalá as crianças ucranianas possam, brevemente, enchê-los e fazer a festa da PAZ. Estas campanhas têm também essa vertente pedagógica, de ensinar e estimular as crianças a preocuparem-se com os problemas dos outros, mesmo quando eles estão a milhares de quilómetros de distância”.De registar, a colaboração dos Agrupamentos de Escolas Oliveira Júnior e Dr. Serafim Leite, além da CERCI e da “Estrela Guia”, que dinamizaram a campanha junto das respetivas comunidades educativas.
O grande desafio agora passa por fazer chegar todos estes bens à população ucraniana, aos que estão no interior do país, nos campos de refugiados ou aos que vierem para Portugal e para S. João da Madeira. “Para já, o autocarro do município que partiu rumo à Polónia levou um lote de produtos recolhidos na Universidade Sénior e ainda um donativo recolhido entre os alunos daquela instituição e os membros do movimento rotário sanjoanense”, referem ainda os organizadores.