Para assinalar o Dia Mundial do Rim, especialistas de nefrologia e pediatria do Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga alertaram jovens estudantes em S. João da Madeira para os fatores de risco da doença renal, e o que fazer para a evitar.
“Como manter o nosso rim saudável?”. Foi o mote para uma sessão que decorreu, na última quinta-feira, no auditório dos Paços da Cultura, em S. João da Madeira, e que reuniu alunos do Agrupamento João da Silva Correia, Dr. Serafim Leite e do Centro Profissional da Indústria do Calçado, numa iniciativa do Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga (CHEDV), em parceria com o Município, no dia em que Portugal assinalou o Dia Mundial do Rim (9 de março).
Laura Soares e Mariana Rodrigues Neto, médicas das consultas de nefrologia do Centro Hospitalar, explicaram a um auditório composto, para a importância na vida de cada um de “um rim saudável”, e apresentaram um leque de doenças que afetam estes dois órgãos, sendo a que mais leva à necessidade de substituição da função renal é a diabetes. Explicaram ainda que são dois dos órgãos mais importantes do corpo humano, uma vez que controlam o volume de água do corpo e que filtram o sangue.
Embora não existam números oficiais sobre os doentes afetados por esta doença, na região, dados nacionais de um estudo de base populacional publicado em 2020- O Estudo Renal, perspetivavam quel um em cada cinco portugueses sofra da doença em alguma das suas fases.
Por isso, as médicas desta especialidade do CHEDV alertam para a necessidade de campanhas de sensibilização que “devem começar cada vez mais cedo”, alertando para os fatores de risco para a doença renal, deixando estes estudantes “em alerta” para este problema de saúde. “Esta é a geração que mais teve acesso a informação e aos cuidados de saúde. Têm tudo para ser a geração mais saudável, e com maior longevidade de toda a história da humanidade”. Esta foi a garantia da diretora dos serviços de Pediatria e Neonatologia do CHEDV que também marcou presença na sessão. Virgínia Monteiro alerta para a necessidade dos jovens “se cuidarem, e que tenham noção que o organismo funciona em equilíbrio, e que as doenças têm uma relação direta com os nossos comportamentos”.

A pediatra acrescentou que o rim é um órgão que está relacionado com todos os outros do corpo. “Quando funciona bem o organismo, tem possibilidade de funcionar bem. Quando o rim está mal interfere em tudo”.
A médica, em declarações a ‘O Regional’, alertou para a importância de hábitos alimentares corretos e saudáveis, uma vez que as rotinas alimentares tem uma relação direta com o funcionamento renal. “Não é nestas idades que a doença nos preocupa, é no adulto mais velho, mas é nestas idades que se começa a construir esse corpo futuro, sendo saudáveis”, defendendo que há ainda um longo caminho a percorrer. “Um trabalho de educação, de formação”, que, justifica, “nem sempre” é bem compreendido. “As crianças não tomam iniciativas por si, obrigatoriamente tem que ser envolvida e, às vezes, a nossa dificuldade é também chegar à família, já que é ela que faz as compras e põe a comida em casa, que decidem quais os desportos que os filhos praticam e os horários disto e daquilo”, rematou a pediatra.
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