Sociedade

Provedor garante que o Hospital continuará dentro do Serviço Nacional de Saúde a prestar cuidados universais e gratuitos

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O Provedor José António de Araújo Pais Vieira, explica na entrevista dada ao jornal 'O Regional' o extenso e sinuoso trajeto por que tem passado o Hospital de S. João da Madeira.

O Senhor Primeiro-Ministro anunciou que a administração do Hospital de S. João da Madeira vai ser devolvida à Misericórdia. O que é que nos pode informar sobre este assunto?

Desde há vários meses que encetámos diligências para ser reposta a legalidade acordada em 12 de novembro de 2015, pois nunca desistimos de voltar a exercer a administração do Hospital. A experiência já demonstrou que a Misericórdia tem condições para o fazer e estamos certos de que iremos defender melhor os interesses dos sanjoanenses.

Mas o acordo era mesmo bom para as populações?
Nessa altura fizemos um bom acordo que nos mantinha dentro do Serviço Nacional de Saúde e permitia aumentar grandemente os cuidados a prestar às populações de Entre o Douro e Vouga.

Como reagiu a Misericórdia ao desfazer do acordo?
Com profunda tristeza, por saber que se estava a perder uma oportunidade quase única de voltar a dar vida ao nosso hospital, de o fazer crescer e aproximá-lo do que ele havia sido nos seus tempos áureos.
Já prevíamos o que veio a acontecer. O definhar constante do nosso hospital.

Como reagiram os sanjoanenses?
Uns com a esperança de que o Estado iria apostar com investimentos e novas valências no desenvolvimento do Hospital, cedo se desenganaram, e outros, como a maior parte dos “Irmãos” e a população mais esclarecida, reagiram com grande amargura e a sensação de que o hospital, a não longo prazo, teria os dias contados.

Segundo algumas pessoas, é questionável o papel das Misericórdias no campo da Saúde ?
É uma questão que me é colocada muitas vezes, mas para mim não restam dúvidas. Durante muitos séculos foram as Misericórdias quase o único garante de atendimento aos doentes em Portugal.
O que é importante é que todos tenhamos acesso a bons cuidados de saúde gratuitos e em tempo oportuno. Não interessa se são prestados pelos organismos públicos ou organizações do sector social.

E a Misericórdia de S. João da Madeira também pode ter um trabalho importante neste assunto?
Repare que a nossa Misericórdia nasceu em 1921 para administrar o primitivo hospital, que ficava na antiga estrada nacional nº 1. Os Sanjoanenses tinham-no construído e havia que encontrar uma instituição que o administrasse e o pusesse a funcionar. Foi então que 124 Sanjoanenses (“Irmãos fundadores”) se juntaram e foram os subscritores dos primeiros estatutos, que em 7 de dezembro desse ano viriam a dar vida à Santa Casa da Misericórdia, a tão auspiciosa instituição.

Poderá ter acesso à versão integral deste artigo na edição impressa n.º 4015, de 19 de dezembro de 2024 ou no formato digital, subscrevendo a assinatura em https://oregional.pt/assinaturas/
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