Sociedade

Peregrinos ansiosos por chegarem ao Santuário de Fátima

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Centenas de peregrinos a pé passam por S. João da Madeira e pelas estradas da região em direção ao Santuário de Fátima, onde vão assistir às cerimónias da primeira peregrinação aniversária de 2024, na Cova da Iria.

O sol no início desta semana deu as boas-vindas aos muitos peregrinos vindos do norte do país e que, ao longo desta semana, estão a passar pelo centro da cidade e pelo o IC2 (itinerário complementar), em S. João da Madeira, em direção ao Santuário de Fátima, para participarem, nos dias 12 e 13, às cerimónias da primeira peregrinação aniversária deste ano, na Cova da Iria, uma celebração que será presidida pelo arcebispo de Barcelona, Juan Omella.
Um grupo “de oração”, com 24 elementos saiu de Vila Nova de Gaia, na última segunda-feira, às duas da madrugada. Chegaram ao centro de S. João da Madeira na hora de almoço para aquela que foi a primeira paragem do grupo. Se uns são veteranos, há quem se junte pela primeira vez. “Venho cumprir uma promessa pela primeira vez. Tudo é novidade. Sei que não será fácil nos próximos dias, mas com fé tudo se conseguirá, principalmente quando chegarmos ao grande altar do mundo”, assegura Jorge Ferraz.
Este peregrino de Gondomar, que se juntou ao grupo de Gaia, diz que não fez muitas perguntas do que seria melhor e mais confortável para a viagem. A sua preocupação essencial passou pelo conforto dos pés. “Disseram-me que o melhor era adquirir umas sapatilhas de caminhada”, e foi isso que fez.
Vítor Semblano também se junta ao grupo pela primeira vez. “Ao ter conhecimento deste grupo, perto de minha casa, não hesitei em cumprir a minha promessa”, lembra. “Ir num grupo organizado torna as coisas mais fáceis para os peregrinos. É um apoio muito grande que nos dão”, assegura.
Linda Paiva, de 73 anos, é uma das principais responsáveis pelo grupo, que ficou alojado num dos hotéis em S. João da Madeira. “Vou há 40 anos a pé, mas nunca por promessa. Desloco-me pela fé, pela oração, pela ajuda”. Com um chapéu de palha na cabeça, “criado há vários anos para estes “viajantes de Deus”, a viagem é atempadamente organizada e pensada, diz a responsável, que espera que o grupo chegue ao santuário de Fátima, dia 12 pela hora de almoço.
Um outro grupo de nove pessoas escolheram S. João da Madeira para descansar. Partiram de Esposende com um sorriso no rosto e é esse mesmo que fazem questão de manter durante os dias de peregrinação. Catarina Barbosa não é a primeira vez que se descola a pé ao santuário. “Neste momento venho em modo de agradecimento o que é muito importante”. A boa disposição era visível neste grupo de amigos. “É fundamental a união, este sofrimento partilhado”, assegura.

“O chegar a pé ou de carro é completamente diferente”

Já no IC2, encontramos um pequeno grupo que saiu de Vila do Conde no domingo. “A minha irmã teve um problema de saúde, e prometi à Nossa Senhora que, se ela lhe pudesse acudir a uma doença terrível e que, enquanto eu pudesse, viria sempre a pé para lhe agradecer. Estou em França e venho a Portugal todos os anos só para cumprir a promessa feita há 18 anos”, descreve António Lopes, da Trofa.
Aos 63 anos, assume que percorrer todos estes quilómetros “é um risco, um sacrifício. É um sentimento de realização e de dever cumprido. O chegar a pé ou de carro é completamente diferente”, afirmou António Lopes.
Os peregrinos sentem cada passo como uma longa caminhada, sempre movidos pela fé. Rafael Guedes, de 45 anos, segue isolado dos restantes elementos do grupo. Há 20 anos que participa na peregrinação a Fátima. Gosta de ir em silêncio e hesitou antes de falar para a nossa reportagem. “Fiz uma promessa e, enquanto puder lá ir estou sempre disposto a arrancar para acompanhar a cruz até Fátima e ajudar todos aqueles que querem vir e não podem por diversas razões. A fé é minha e deles”, diz este homem de Famalicão que assegura que pelo caminho, há choro e oração, mas também convívio e muita amizade.
De salientar que esta é a primeira vez que o arcebispo Omella preside a uma peregrinação Internacional aniversária no Santuário de Fátima. As cerimónias têm início às 21h30 de domingo, com a recitação do Rosário, na Capelinha das Aparições, seguindo-se a procissão das velas, celebração da palavra, no recinto de oração. Já no dia 13, segunda-feira, depois da noite de vigília, tem lugar às 9 horas a recitação do terço, na Capelinha das Aparições, a que se segue a procissão, missa, bênção dos doentes e procissão do Adeus.

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