Convivi muitos anos com Alberto Manuel de Aguiar Pacheco, tanto no serviço à Misericórdia, onde ele foi um exemplar Provedor, como também na vida privada, onde ele foi um fraternal Amigo.
Durante a sua provedoria, em tempos extraordinariamente difíceis, fui testemunha da sua dedicação excecional, da sua lucidez, serenidade, paciência e força interior para enfrentar as enormes contrariedades. Alberto Pacheco foi capaz de reunir todos estes atributos e fazer singrar a Santa Casa da Misericórdia de S. João da Madeira para um novo caminho de evolução positiva.
Nesta instituição trabalhei com ele nove anos e recebi ensinamentos, que muito prezo, e tanto vieram a influenciar o meu comportamento na vida, e no desempenho das funções de provedor, que mais tarde vim a assumir na Misericórdia.
Com os amigos, Alberto Pacheco era igualmente uma pessoa excecional. Sempre disponível para ajudar, rejubilava com os êxitos dos outros, gostava de conviver, e, apesar dos inúmeros sucessos que amealhou na sua vida, mantinha sempre uma atitude de grande humildade.
Alberto Pacheco era Vale-cambrense de nascimento e tornou-se num Sanjoanense insigne. A cidade, em devido tempo, atribuindo-lhe a Medalha de Mérito Municipal em Ouro, reconheceu o seu valioso contributo para o progresso da urbe, ao atuar como industrial, como autarca e como dirigente na Misericórdia e nos Bombeiros.
Nos primórdios das Misericórdias, os seus membros eram escolhidos entre as personalidades que se distinguiam pela sua conduta exemplar, pela dedicação à causa pública e respeito pelos seus concidadãos. Eram os então chamados de Homens Bons das povoações.
Não tenho dúvidas que Alberto Pacheco encarnou por completo esse protótipo dos nossos avoengos.
Com a sua morte a cidade perdeu um Homem Bom.
Eu perdi um fraternal Amigo.