Organizado pela Junta de Freguesia, com o apoio da autarquia, o Passeio Anual Sénior teve este ano como destino Águeda e Murtosa. Apesar do destino não agradar à maioria, destacam o convívio como o ponto principal destes encontros.
Águeda e Murtosa foram os destinos escolhidos para transportar cerca de 900 pessoas, com mais de 65 anos, para o tradicional Passeio Anual Sénior que, mais uma vez, está a ser repartido por três dias, levando cerca de 320 pessoas por deslocação, sendo que no último dia, amanhã, sexta-feira, o número é superior.
Saem da sua zona de conforto, para conhecer novos lugares, conhecer novas culturas e respirar novos ares para, juntos, viverem uma experiência que durante todos os dias os façam sair da solidão onde alguns mergulharam há longos anos.
“Não tenho nada a apontar. O passeio está bestial. O destino não foi o melhor, mas o local do almoço supera tudo. Esta vista da ria de Aveiro é maravilhosa”.
A garantia é de Amália Oliveira Ferreira, que já não se inscrevia nos passeios depois da pandemia da Covid-19. “Não é por não gostar dos destinos. Não deu por várias razões”, assegura. Esta sanjoanense nunca escondeu a satisfação pela forma como os idosos estavam a ser “acarinhados” pela organização naquele dia. “Estou muito feliz”. E essa felicidade é ainda maior porque era a primeira vez que via de perto e falava com o autarca da junta. “Parece mentira, mas nunca tinha falado com ele”, gracejou.
“Somos um povo privilegiado. Temos vários passeios anuais”
Maria Rosa Silva também não poupou elogios à organização e a ambas autarquias pelo “cuidado e atenção” para com estas pessoas. “Somos, na verdade, um povo privilegiado na cidade. Temos vários passeios anuais e só podemos estar gratos por isso”.
A iniciativa é dirigida, e gratuita, aos residentes em S. João da Madeira, com mais de 65 anos ou que façam 65 anos até 31 de dezembro deste ano.
O encontro anual tem um custo de aproximadamente 37 mil euros, comparticipado em 14 mil euros pela autarquia, e o restante assegurado pela junta.
‘O Regional´ acompanhou, na última segunda-feira, dia 23, o primeiro dia do passeio. A primeira paragem teve como destino Águeda, onde a comitiva chegou a meio da manhã e permaneceu até ao meio dia. José Bento e Alfredo Vieira são dois sanjoanenses que conhecem a cidade dos guarda-chuvas que há muito se tornaram “cartão de visita” e, desde que surgiram, aliados ao AgitÁgueda, a cidade ganhou um movimento que junta milhares de pessoas. ”Eu fiz aqui o meu serviço militar. É uma cidade que não tem nada de especial no que diz respeito à história. São guarda chuvas, lojas e o rio”, conta Alfredo de 68 anos. A mesma ideia é partilhada por José, seu amigo de longa data. “Este ano o destino não tem nada de interessante. É perto e sem nada cultural para ver”, mas reconhece que o mais importante é mesmo “sair de casa, conviver”, já que “há aqui pessoas que estão durante meses isoladas e que só nestas alturas é que convivem e saem de casa”, enfatiza este sanjoanense de 70 anos. Mas estes dois amigos partilham da mesma opinião e deixam uma recomendação à organização. “Temos locais muito interessantes em Portugal e até não muito longe de S. João da Madeira. Sempre que for possível é importante ter em atenção a parte cultural e histórica da cidade, para que o passeio seja perfeito”, revela.
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