A cidade de S. João da Madeira está no bom caminho na gestão dos seus resíduos e foi usada como exemplo pela ZERO – Associação Sistema Terreste Sustentável numa sessão temática que decorreu na Torre da Oliva, na passada segunda-feira.
“Por S. João da Madeira, tentamos ser ambiciosos. Aprovamos um plano de transição energética e o principal objetivo passa por reduzir o consumo e extração de bens à natureza”, declarou o presidente da autarquia, Jorge Vultos Sequeira, ao abrir a sessão temática ao lado de Ismael Casotti Rienda, da Associação ZERO. “Começamos em 2019 com a introdução de contentores em moradias de habitação para cada família que faça a separação de resíduos em casa”, descreveu, caracterizando este passo como “uma grande transformação” na mudança do sistema de contentores. Nessa primeira mudança, o edil referiu que houve “uma boa aceitação” por parte dos utentes. “Em S. João da Madeira, superamos as metas nacionais nessa matéria. As pessoas separam os resíduos em casa e isso aumentou, de imediato, a reciclagem e a reutilização dos resíduos”, afirmou. 1.600 famílias estão abrangidas pela recolha porta-a-porta, sendo que, atualmente, o serviço já chega a mais de três mil famílias, moradoras em habitações unifamiliares e bifamiliares e em habitações coletivas até quatro pisos.
Ao longo da sessão sobre ‘A Gestão de Resíduos na Europa, Portugal e S. João da Madeira: o papel dos cidadãos’, várias dúvidas foram esclarecidas e alguns mitos desmistificados, abrindo caminho para o futuro da realidade da transição energética. Ismael Casotti Rienda referiu bons exemplos de práticas de resíduos, como o caso da Maia. “Inseriram já o modelo tarifário PAYT, o modelo que o município sanjoanense gostaria de adotar”, apontou o engenheiro. O PAYT é um modelo em que cada cidadão paga o que produz em termos de resíduos, sendo que este tarifário entrará em vigor, obrigatoriamente, a partir do próximo ano. Pretende reduzir o impacto ambiental no setor e permite dar resposta às novas necessidades relacionadas com os hábitos de consumo.
Apesar de S. João da Madeira ainda não ter aderido ao PAYT, a Associação ZERO enfatizou as boas práticas da cidade. “S. João da Madeira está numa posição bastante favorável. Metade dos resíduos recicláveis são oriundos do circuito porta-a-porta; o modelo de recolha do futuro”, observou Ismael Casotti Rienda. “Os números da cidade são interessantes”, acrescentou, referindo-se ao facto de o circuito de recolha porta-a-porta contribuir para 50% do total de recicláveis recolhidos. “O caminho escolhido por S. João da Madeira passa, então, pela recolha porta-a-porta, acesso condicionado, biorresíduos, compostagem e comunicação”, concluiu Ismael Casotti Rienda.