José Ferreira, 55 anos, conhece o caminho do mercado municipal de S. João da Madeira desde muito novo, quando a mãe ali vendia as flores que plantava em casa.
O que faz um homem atrás de uma banca de flores durante mais de 30 anos? “Dar continuidade ao negócio da família. Sou uma espécie de herança neste mercado”. Surge de imediato a resposta de alguém que está à frente de uma banca, com um sorriso no rosto e orgulho naquilo que faz.
José Ferreira, 55 anos, vende flores no Mercado Municipal de S. João da Madeira, uma verdadeira paixão, e sucede à sua mãe, que ali começou a vender flores há mais de 50 anos, uma continuidade deste negócio de família, que faz da sua “banca de flores” a mais antiga deste mercado.
Para José Ferreira, a “flor é um ser vivo que merece todos os cuidados”, uma forma de expressão da natureza que pode adornar os maiores recantos de uma habitação, ou espaço. “A flor é algo belo da natureza, que cresce, que tem que ser bem tratada e que representa o estado puro de beleza”, enfatiza. Lembra que, na altura da sua mãe, as flores eram diferentes das de hoje. “Eram plantadas e tratadas no terreno lá de casa. Era, no fundo, o ganha-pão da família, e a variedade era muito menor do que a dos dias de hoje”, recorda.
Atualmente, o número de “clientes varia de semana para semana, e as compras das flores dependem daquilo que achamos ser o necessário”. José faz as encomendas das flores a fornecedores nacionais e estrangeiros, “mas, lá atrás no tempo, há mais de três décadas só se compravam flores portuguesas. Aos poucos é que os mercados foram abrindo”. Quanto aos clientes, “são maioritariamente mulheres”, muitos deles já se mantêm nesta banca há mais de 50 anos.
Contudo, “os homens também compram flores, maioritariamente para oferecer às esposas”, assumindo “que, atualmente, os homens já não têm complexos de comprar flores. Isso hoje já não acontece”.
Artigo disponível, em versão integral, na edição nº 3880 de O Regional,
publicada em 24 de fevereiro de 2022