Sociedade

O regresso às origens de Augusto Moleiro

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Augusto Gomes Ferreira (Augusto Moleiro) nasceu a 12 de junho de 1944 e, como tantos jovens da sua geração, teve uma infância marcada pela necessidade de começar a trabalhar muito cedo, ajudando o pai nos moinhos que explorava nas Travessas.

Augusto Gomes Ferreira (Augusto Moleiro) nasceu a 12 de junho de 1944 e, como tantos jovens da sua geração, teve uma infância marcada pela necessidade de começar a trabalhar muito cedo, ajudando o pai nos moinhos que explorava nas Travessas. Concluiu a quarta classe na escola do Espadanal e abraçou a profissão de eletricista. Foi praticante de andebol e – diz quem sabe – “passou ao lado de uma grande carreira”. Pela índole, Augusto foi sempre moleiro e foi a essa atividade que regressou agora, como “mestre moleiro” no moinho do Parque do Rio Ul.
Augusto Moleiro é o primeiro dos oito filhos de Américo Ferreira e de sua mulher, Albina. Numa casa em que o agregado familiar crescia ao ritmo dos anos, todos os meios para fazer face às dificuldades eram válidos. “Comecei a trabalhar, ainda criança, ajudando o meu pai nos moinhos, onde ele transformava o milho em farinha que distribuía depois pelos seus clientes, quase todos merceeiros”, confessa Augusto. “Aos sete anos, ‘assentei praça’ na escola dos Condes, onde fiz a primeira classe, com o professor Amaral. A segunda e a terceira, foram feitas na escola do Espadanal.”
À época, a escolaridade obrigatória ia até à terceira classe, mas, em 1956, deu-se o alargamento para quatro anos, “o que me obrigou, a mim e aos outros como eu, rapazotes com 13 anos, a voltarmos à escola, para concluirmos a quarta classe. Sem ela não podíamos tirar carta, por exemplo, entre outras coisas.”
Nesta fase da sua vida, continuou a trabalhar com o pai que, a pouco e pouco, lhe foi confiando outras tarefas, designadamente a de fazer as entregas da farinha à clientela. “Levava o cavalo pela trela, carregado com os sacos de farinha, mas, depois de feita a entrega, regressava a galope, montando em pelo” faz questão de frisar. A primeira vez, a ousadia custou-lhe um severo castigo, aplicado pelo progenitor. “O meu pai achou estranho a rapidez com que fiz a entrega, passou a mão pelo do cavalo e sentiu-lhe a transpiração. Continuei a regressar a galope, mas, antes de ir para casa, fazia uma pausa para o cavalo descansar.”

Poderá ter acesso à versão integral deste artigo na edição impressa n.º 3954, de 21 de setembro ou no formato digital, subscrevendo a assinatura em https://oregional.pt/assinaturas/

 

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