Sociedade

“Não há receitas para um envelhecimento feliz”

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O planeamento antecipado do envelhecimento e a sua importância na comunidade foi um dos temas que marcou a 5.ª edição do Ciclo de Conferências de Gerontologia, que juntou profissionais e pessoas interessadas no auditório dos Paços da Cultura.

“Envelhecer com qualidade é sempre uma questão difícil de explicar”. A garantia é de Sandra Rocha, da Associação Portuguesa de Psicogerontologia, durante a 5.ª edição do Ciclo de Conferências de Gerontologia, organizado pela Câmara Municipal de S. João da Madeira, que decorreu, terça-feira, dia 1, dia Internacional das Pessoas Idosas e Dia Nacional do Idoso.
Dirigido à população em geral, a profissionais e a todas as pessoas com interesse neste tema, este ciclo, que decorreu no auditório dos Paços da Cultura, desafiou os presentes a “pensar, refletir, discutir e repensar” no processo de envelhecimento de uma forma positiva.
Segundo a vogal do Conselho Fiscal da Associação de Carácter Internacional, que se dedica desde 1998 ao combate de “estereótipos negativos” acerca do envelhecimento, tem tentado, ao longo dos anos, criar “formação e informação”, relativamente a esta temática que “é cada vez mais complexa e mais necessária” de ser discutida e debatida
“Não há receitas para um envelhecimento feliz”, uma vez que “cada pessoa tem as suas próprias características pessoais e individuais, que nos tornam únicos”, e, nesse sentido, garantiu não existirem “formas genéricas que nos levem ao caminho da felicidade”.
Durante a sua intervenção, salientou a importância do planeamento nas várias fases da vida, uma vez que “a mesma poderá ser a nossa reflexão antecipada sobre aquilo que queremos para a nossa perspetiva de qualidade”. À margem da palestra, Sandra Rocha explicou a ´O Regional´ a importância da responsabilidade individual de cada pessoa. “O envelhecimento é um processo que acompanha todas as fases da vida” e, por isso, “não podemos reservar para a última etapa da vida uma motivação que não foi planeada e pensada durante todo o ciclo de vida”.

Sanda Rocha garante que a motivação e a preparação para o melhor envelhecimento tem de começar logo na infância. “É necessário que as crianças tenham conhecimentos e informação, para percebermos o que é isto de vivermos bem”, para que “mais tarde seja possível terem essa motivação”. Mas o papel da comunidade também é importante. “É fundamental garantir que, independentemente da idade, temos direito à participação, somos visíveis e estamos cá”. Acrescenta que, muitas vezes, a desmotivação decorre de grupos de pessoas mais velhas “porque entenderam, a determinada altura das suas vidas, que deixaram de ter utilidade, direito à sua escolha, a manifestar a sua opinião”. “É importante transformarmos a sociedade, no sentido de percebermos que em todas as etapas do ciclo da vida temos direito à participação e o dever de garantir essas oportunidades de participação”.
Ainda em declarações a ´O Regional’, garantiu que as autarquias e os médicos de família têm um papel crucial junto destas pessoas. “Nós começamos a envelhecer desde o dia em que nascemos, e a sinergia entre a comunidade tem que ser reforçada, integrada, e tem que partir de um trabalho conjunto desde o primeiro momento, de forma muito mais concreta, quando estamos nos últimos anos da nossa vida”.

Poderá ter acesso à versão integral deste artigo na edição impressa n.º 4004, de 3 de outubro de 2024 ou no formato digital, subscrevendo a assinatura em https://oregional.pt/assinaturas/
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