Esta empreitada, no valor total de cerca de 75 mil euros, é o resultado do financiamento do Programa de Apoio a Museus da Rede Portuguesa de Museus – ProMuseus.
Em 2023, o Museu da Chapelaria candidatou-se ao programa ProMuseus e, agora, será contemplado com obras de requalificação que irão permitir melhorar as áreas da acessibilidade e inclusão do espaço da Exposição Permanente. “Vamos reestruturar a museografia do museu e o processo de visitação, tornando-o acessível, inclusivo e mais compreensível para o público”, contextualizou o presidente da Câmara Municipal de São João da Madeira, Jorge Vultos Sequeira. “Como é o primeiro museu da cidade, tornou-se necessário intervir devido ao desgaste provocado pelo tempo; os painéis de há 20 anos já acusam esse sofrimento”, exemplificou. Quando surgiu a hipótese de candidatura a uma linha de financiamento promovida pelo Ministério da Cultura, o município decidiu candidatar-se ao programa ProMuseus. “Tivemos um financiamento de 50 mil euros, mas o investimento total que vai ocorrer é de cerca de 75 mil euros, acrescido de IVA”, informou o edil.
A autarquia contratou uma equipa externa, especializada em equipamentos desta natureza, que estará a trabalhar nas obras de requalificação até outubro. Esta empreitada permitirá que os visitantes, em visita livre ao Museu da Chapelaria (sem recurso a guia), consigam facilmente acompanhar a história chapeleira. Para pessoas invisuais ou de cadeiras de rodas, os percursos também estarão ajustados às suas necessidades. “Serão preparadas e renovadas as dimensões de comunicação, acessibilidade e inclusão da Exposição Permanente, com a leitura em braille, discurso bilingue e divulgação dos trabalhos de investigação da equipa do museu, relacionados com a história da indústria de chapelaria na região e no país”, explicou a diretora do Museu da Chapelaria, Tânia Reis. “Alguns conteúdos referentes a testemunhos operários, apesar de riquíssimos antropologicamente, não eram acessíveis a nível de tradução; vamos tornar esta linguagem clara, inclusivamente para quem tem a língua portuguesa como primeira língua”, adiantou a museóloga.
Além de novidades como a leitura em braille, a dimensão patrimonial e humana será potenciada através da apresentação de fotografias de várias épocas de laboração da fábrica, desde o princípio do século XX até ao seu encerramento, em meados dos anos noventa. Apesar de ainda não estar prevista uma data de reabertura do museu, este espaço reabrirá com a exibição da maquinaria e das ferramentas que ilustram a evolução da produção dos chapéus, que serão, ainda, acompanhadas de imagens históricas que permitirão relacionar o passado com o presente.