Movimento Cívico pela Linha do Vouga preocupado com “secretismos”

Na última reunião de Câmara do município de Oliveira de Azeméis, que teve lugar no dia 1 de agosto, o presidente da autarquia, Joaquim Jorge, afirmou ter "indicação do ministro para não revelar o que foi discutido na reunião" entre este e os autarcas da Área Metropolitana do Porto (AMP). “Questionamo-nos, por isso, quanto ao que terá sido abordado sobre a Linha do Vouga, uma infraestrutura pública, com serviço público ferroviário, que não possa ser divulgado em espaço público”, declarou o Movimento Cívico pela Linha do Vouga (MCLV), em nota de imprensa enviada à nossa redação, afirmando que sabe que é “vontade da maioria dos autarcas a reconversão da via férrea em bitola ibérica” para uma ligação direta ao Porto. “Algo que, na nossa e na opinião de vários técnicos especialistas, é praticamente impossível de concretizar por motivos vários”, apontou.

O movimento referiu que “não pode aceitar de modo algum” que haja “secretismos” em discussões sobre obras públicas. “Não queremos que aconteça à região do Entre Douro e Vouga aquilo que aconteceu à região de Coimbra. Como tal, recusamos por completo a mínima possibilidade ou ideias de uma eventual conversão da última linha de bitola estreita portuguesa numa linha de metrobus”, realçou citado na mesma nota de imprensa.

O MCLV considerou, ainda, que estão “convictos” que estes “secretismos” estão normalmente associados a “estados ditatoriais”. “Visto que vivemos numa democracia, isto é algo que fica muito mal, quer do ponto de vista ético, quer do ponto de vista da própria transparência. Assim sendo, é imperial a exigência para que se torne público o que foi discutido nas reuniões da AMP, quer com o ministro das Infraestruturas, quer com o ministro Adjunto e da Coesão Territorial”, exigiu, concluindo: “Está em causa o respeito pelos passageiros desta linha e por todos aqueles que lutam pelo seu futuro diariamente.”