Sociedade

Moda de lutas filmadas já chegou à cidade

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O fenómeno das lutas filmadas, onde alunos se envolvem em desafios físicos consensuais e gravam as imagens para partilharem nas redes sociais, já chegou à cidade, gerando preocupação entre pais, professores e autoridades locais.

Longe vão os tempos em que brincar no recreio da escola era um ato de convívio entre estudantes. O pião, o futebol, as brincadeiras simples reuniam os colegas das turmas de forma natural, sem tecnologias.
Nos últimos tempos, tem-se verificado uma forma diferente de brincar. Agressiva. Estranha de entender. Alunos envolvem-se em lutas físicas, que, muitas vezes, são filmadas e partilhadas nas plataformas digitais, criando um ciclo vicioso, em que a procura por visibilidade online sobrepõe-se ao respeito pela segurança e pelo bem-estar de todos os envolvidos. Uma moda que parece ter chegado já a S. João da Madeira.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) confirma uma situação deste tipo, que ocorreu fora do espaço escolar, em meados de janeiro deste ano, à cidade. Os agentes do Programa “Escola Segura”, do Modelo Integrado de Policiamento de Proximidade (MIPP), da esquadra de S. João da Madeira, foram alertados pelo agrupamento em causa, para uma situação que envolvia jovens nesta prática. “Conversaram com os intervenientes e elucidaram-nos da ilegalidade e dos perigos inerentes a este tipo de lutas, sequelas a nível físico e mental”, refere, a ´O Regional´, o Comandante Distrital, Superintendente Rui Manuel de Almeida Conde.
Uma professora de um dos agrupamentos em S. João da Madeira, que pediu reserva de identidade, diz conhecer este caso. “Estamos a falar de alunos de 14, 15 anos. Uma idade de afirmação, sem conhecer consequências. Agora, os telemóveis e as redes sociais servem para ver quem tem mais visualizações e isso é que parece contar”, algo que, diz, ser cada vez mais é difícil de controlar. “A violência de todos os tipos começa, muitas vezes, já fora da escola e vem para dentro dela. O professor, e até os agentes da PSP, não têm a vida facilitada”, enfatiza a docente.

PSP aposta em campanhas de sensibilização

Ainda de acordo com o Comandante Distrital, em relação a este caso identificado em S. João da Madeira, explica que os encarregados de educação dos alunos envolvidos “foram chamados à Polícia e colocados ao corrente da situação. Os factos foram participados e enviados às instituições competentes”. Segundo apurámos, os Agentes da Escola Segura já realizaram palestras de sensibilização na turma dos alunos, onde alertaram para este tipo de violência e as consequências e perigos inerentes a estas lutas, na tentativa de que o “fenómeno ficasse circunscrito a este caso isolado”. Segundo a PSP, estão já agendadas outras campanhas de sensibilização que vão chegar a outras turmas.
A finalizar, o Superintendente Rui Manuel de Almeida Conde refere que, apesar de ser conhecido apenas um caso, o Comandante da Esquadra Policial de S. João da Madeira, durante a Reunião do Conselho Municipal de Educação, que se realizou no último dia 30, deu conta de que, “se as direções das escolas tivessem conhecimento de mais alguma luta deste género, deveriam comunicar, imediatamente, esse facto à PSP”. De salientar que, de acordo com a PSP, até ao momento, nenhuma escola reportou estas ocorrências no interior dos agrupamentos.

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