Meninas (de) há 75 anos

Finalistas da Escola Industrial, 1963/64 juntaram-se para o tradicional convívio

Desde que saíram da sua Escola, há 60 anos que se reúnem com impressionante regularidade, só afectada pela pandemia. Depois do encontro de Fevereiro último, novo convívio aconteceu no passado Sábado, no restaurante Harpa. São as primeiras finalistas do curso de Formação Feminina da antiga Escola Industrial de S. João da Madeira, hoje denominada Escola Secundária do Sr. Serafim Leite.
Do tempo em que, naquele estabelecimento, não havia turmas mistas. Separadamente, como nos recreios, havia turmas de rapazes e turmas de meninas.
Ainda hoje, nas convocatórias e divulgação dos seus encontros, mencionam “Almoço das meninas” da Escola. Meninas que, actualmente, têm idades entre os 75 e os 78 anos. Realce para o facto de todas as primeiras alunas finalistas de 1963/64 se manterem entre nós.

Nome de rua por cumprir há 21 anos

Naquela Escola, então, no final de cada curso feminino, era da praxe a foto conjunta com o director, Dr. Hipólito Duarte. Figura a quem, após seu falecimento (02-05-2002), a Câmara Municipal, sob a presidência de Castro Almeida, em 06-05-2002, “pelo relevante serviço a S. João da Madeira”, pela sua “obra... de incomensurável grandeza (…), com uma pedagogia de vanguarda e de sucesso” e “para manter viva a memória de uma das figuras mais marcantes que se dedicou ao engrandecimento educativo, económico e cultural da nossa terra”, (1958-1974), deliberou atribuir “o seu nome a uma das ruas da nossa cidade”. Decorridos 21 anos, tal deliberação continua por concretizar.

Fruto daquela atribuída “grandeza” gerada na antiga Escola, laços de amizade e solidariedade, criados nos seus bancos, continuam bem patentes, como expressa uma das convivas, Olívia Pinho: ”Não imaginas o misto de sentimentos; abraços apertadinhos, o brilho nos olhos, muita emoção, parece que não nos víamos há muitos anos. Somos, na verdade, muito amigas. Recordámos com saudade todas as que estavam em falta: Rosa Branca, Fernanda Brito, Teresa Gabriel, Isabel Beselga, Graça Rebelo e Graça Costa. Por horas, esquecemos os problemas que todas temos, umas mais que outras. São momentos inesquecíveis”.
De referir que a Rosa Branca Ladha, radicada, há muito, no Canadá, também habitual compincha, desta vez, falhou por uns dias. Nas restantes, o impedimento deveu-se a problemas de saúde das próprias e/ou dos seus.
Entretanto, nada as demove, afirmam que vão manter os seus encontros e com a habitual jovial regularidade, bi-anual ou anual.

Por decisão pessoal, o autor não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.