As marchas das Festas da Cidade, realizam-se desde os anos 90 e voltaram a dar o pontapé de saída para as Festas da Cidade que terminaram esta semana. Cerca de 2500 marchantes e 19 instituições concentraram milhares de pessoas na Avenida da Liberdade
Arrancaram à hora marcada. A Avenida da Liberdade esteve, na última quinta-feira à noite, fechada ao trânsito e repleta de pessoas de ambos os lados.
Festejar os santos populares em S. João da Madeira é, por esta altura, o mote para o arranque das tradicionais Festas da Cidade de S. João da Madeira.
As condições meteorológicas favoráveis ajudaram os que participavam e quem assistia, para ali para dançar, cantar e bater palmas ao ritmo das marchas.
A edição deste ano contou com 19 instituições que percorreram aquela que é uma das principais avenidas da cidade, entre a rotunda junto à Casa da Criatividade e a rotunda do Lugar da Ponte. A exibição final de cada um dos grupos participantes realizou-se no largo em frente à entrada principal do edifício da Câmara Municipal.
Assim, cerca de 2500 marchantes voltaram a encher S. João da Madeira de muita cor, música, guarda-roupa diversificado, muitas coreografias e cenografias, cumprindo uma tradição com mais de 30 anos. Os 50 anos do 25 de Abril não foram esquecidos. A imigração e a emigração estiveram representados por malas e ferramentas de trabalho. Não faltaram as obrigatórias marchas populares, bem como músicas e letras originais numa que terá sido, segundo a organização, das mais participativas de sempre.
Apesar do tempo ser sempre “muito pouco” para que alunos, professores e encarregados de educação possam conciliar, em simultâneo, várias atividades, unem esforços, ano após ano, para que nada falhe, e tudo esteja pronto a tempo. Os trajes começam todos os anos a ser preparados com muita antecedência, mas o grande corre-corre é sempre nas últimas semanas que antecedem o desfile, para que as cores e os arcos se destaquem na festividade.
Miúdos guardaram segredo
“Estas marchas são, sem dúvida, um dos eventos mais populares do concelho”. A garantia é de Armando Pinho a ´O Regional’ que aguardava a passagem da escola do neto mais novo. “Sempre achei este evento muito mais interessante do que o Carnaval. São belezas diferentes”, assegura este sanjoanense. Ao lado, a esposa acrescentava que todos os anos as marchas em S. João da Madeira “dignificam, alunos, professores e todas as pessoas que, direta ou indiretamente, estão envolvidas nesta iniciativa”.
Eram muitos os pais orgulhosos e crianças entusiasmadas com toda a dinâmica deste encontro de gerações. “Eu já aqui andei em 1995. Agora, é o meu filho”, explica Ana Pinho. “A envolvência é maior, muito mais glamour, elegância e estilo em cada peça que as crianças usam. No meu tempo, os trajes eram feitos em casa ou na escola”.
Ana destaca o “grande sigilo” dos miúdos. “Só soube qual era a roupa esta manhã. O meu filho só dizia que não podia dizer. Que a professora não deixava. Acho maravilhosa esta responsabilidade Os miúdos que conheço todos guardaram segredo”.
A abrir o desfile esteve a Santa Casa da Misericórdia com o Lar S. Manuel - Centro de Dia, seguindo-se a Creche Alberto Manuel Aguiar Pacheco, Creche e Jardim de Infância (JI) Abrigo Infantil Laranjeira, Creche e JI Centro Infantil de S. João da Madeira. Depois foi a vez da Universidade Sénior, o Centro de Educação Integral, a Creche – Associação de Apoio à Educação e a JI/EB Centro de Educação Integral. O desfile continuou com a intervenção do Agrupamento de Escolas Oliveira Júnior com a EB Espadanal na frente, o Jardim de Infância das Travessas e Devesa Velha e o JI/EB Ribeiros. Seguiu-se o Agrupamento de Escolas João da Silva Correia com JI/EB Conde Dias Garcia, JI/EB Fontainhas, JI/EB Carquejido, JI/EB Casaldelo, JI/EB do Parrinho e a EB2,3. A finalizar, surgiram o Agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite com o JI/EB Fundo de Vila e o JI/EB Parque.
Marchas reforçam a “identidade local dos mais jovens”
O presidente da Câmara Municipal de S. João da Madeira explicou tratar-se de um momento de “figuração da comunidade escolar” e, tratando-se de marchas que têm como base o trabalho e a envolvência das escolas, “é algo que tem um valor acrescido porque reforça a identidade local dos mais jovens”.
Por seu turno, a vereadora da Educação da autarquia sanjoanense estima
que o número de assistentes tenha sido “idêntico ao do ano anterior sendo, por isso, uma das edições com maior número de participantes”.
Irene Guimarães salienta, que “foi cumprido o horário, bem como o percurso previamente definido, assim como foi cumprido o plano de coordenação e de segurança” lembrando que o evento é uma “marca indelével da nossa cidade, e que faz parte da génese da sua gente, particularmente da comunidade educativa”, enfatiza.
Marchas desde 1992
De acordo com uma pesquisa pelo arquivo de ‘O Regional’, as marchas populares em S. João da Madeira arrancaram no início da década 90. Apurámos que a escola dos Condes se apresentou, na festa escolar concelhia, com marchas populares, em junho de 1992. A meio da década, já o programa das Festas ao São João da Ponte incluía o desfile de marchas populares ao S. João da Ponte, com a participação dos alunos das escolas de S. João da Madeira.