Manuel Pereira da Costa nasceu na freguesia vizinha de Cucujães, em 1932.
Foi dramaturgo, escritor, jornalista, advogado, tendo-se licenciado em direito, pela Universidade de Coimbra. Foi magistrado do Ministério Público na cidade angolana de Malange, onde fundou e dirigiu o Teatro Experimental de Malange. Regressou a Portugal em 1964 e instalou-se em S. João da Madeira para exercer advocacia, tendo criado uma sociedade de advogados de grande prestígio.
Ligou-se ao Movimento Democrático de Aveiro, fez parte das comissões de apoio aos presos políticos e às suas famílias e participou nos congressos democráticos, ao lado do líder socialista Alcides Strecht Monteiro. Desempenhou papel de relevo nas eleições legislativas de 1969, em que Carlos Candal era candidato por Aveiro.
Fez parte da Comissão que, em abril de 1974, organizou a assembleia popular que, por voto direto, elegeu Benjamim Valente como presidente e José da Silva Pinho como vice-presidente da Comissão Administrativa da Câmara, de S. João da Madeira.
Por esta altura, protagonizou um episódio que diz bem das suas qualidades humanas e de justiça, ao insurgir-se neste semanário contra a prisão de Ruy Moreira, decretada pela nova ditadura. O Regional foi, então, o único jornal do País que reagiu contra essa ignóbil decisão.
Apoiou as candidaturas de Mário Soares à presidência da República, nas quais participou ativamente, primeiro como mandatário no concelho e, depois, na Comissão de Honra.
Começou a colaborar com o jornal O Regional, aos dezoito anos, tendo exercido o cargo de diretor deste semanário desde novembro de 1974 até 2021, altura em que, por sua vontade, deixou o cargo.
Em 1965, juntamente com outros ilustres sanjoanenses fundou o Núcleo Amador de Teatro de S. João da Madeira (NAT) que, além do teatro, promoveu concertos de música clássica, colóquios, exposições e encontros com escritores, designadamente com João da Silva Correia e Ferreira de Castro.
Desde cedo atraído pela literatura e pelo teatro, dedicou-se ao jornalismo, à criação de textos dramáticos e à encenação, bem como à produção de obras literárias de ficção. É o escritor sanjoanense mais premiado e publicado de sempre, com um legado cultural que nos honra a todos.
É com profunda tristeza que vejo partir um companheiro de jornada de toda uma vida.
A toda a família, especialmente à sua esposa, D. Ilda, companheira dedicada de todos os momentos, o meu sentimento solidário e de profunda saudade.
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