No dia 22 de abril, reuniu-se, num restaurante da cidade, um largo grupo de amigos e familiares do Dr. Joaquim José Magalhães dos Santos, para festejar a passagem do seu 90º aniversário.
Que poderá ter trazido a esta sala “tantos amigos!”, como diria o homenageado? A resposta não viria naturalmente da sua boca, mas dos muitos que lhe dirigiram palavras de admiração e de reconhecimento e “votos de que continue a dar-nos oportunidade, de festejar”. As palavras de agradecimento aos presentes vieram, em primeiro lugar, do seu filho, Pedro Magalhães dos Santos, organizador do convívio. Depois, na altura das intervenções, o Dr. Adão Cruz justificou o uso do discurso em verso, em vez da prosa, porque, em anterior homenagem, o Dr. Magalhães dos Santos emocionara-se muito com os discursos que lhe dirigiram. Por isso, os irmãos Eva Cruz - Adão Cruz dedicaram ao homenageado um conjunto de quadras bem humoradas, a condizer com o caráter do aniversariante.
Mais tarde, compareceu na sala a Tuna da Universidade Sénior, dirigida pelo maestro Filipe Oliveira, que desafiou o Dr. Magalhães dos Santos a participar em dois dos seus números preferidos, coisa que ele fez com inteira competência e entusiasmo, “…a Santa Catarina, perlim perlim pé pé…” e “Oh Afonso!”. Pelas mãos da Drª Susana Silva e em nome da Tuna da Universidade, foi-lhe oferecida, como prenda, com uma “boina” e a capa azul do reportório da Tuna, assinada pelos colegas tunantes e pelo Maestro. Seguiram-se os “Parabéns a você”, com bolo, brinde e tudo! Entretanto, chegou a vez dos amigos vila-realenses, os criadores do “Quim Zé”, que, no Liceu, evidenciou os dotes que foi desenvolvendo ao longo da vida. Foram estes amigos que, no final, se reuniram à sua volta para, na voz de Alfredo Branco, trazerem o grande abraço de Vila Real, a evocar as tertúlias dos “Pyjamantes” e outras aventuras.
Antes do brinde, palavras do homenageado, grato e feliz por ter à sua volta tantos amigos, e desejando que, daqui a um ano, todos se possam reencontrar, para mais um aniversário.
Homem da cultura em toda a plenitude da expressão - literatura, teatro, música… - Magalhães dos Santos deixa uma marca indelével nas duas terras onde fez a maior parte da vida: Vila Real, onde nasceu e estudou, e S. João da Madeira, onde viveu e continua a viver. Com papel decisivo no grupo de Teatro da Oliva, animador de inúmeras palestras sobre temas literários e linguísticos, fundador do Grupo Cultura Viva, professor na Universidade Sénior e membro do seu Coro e da sua Tuna, atleta esforçado, autor de livros e de crónicas jornalísticas, autêntica enciclopédia linguística, animador das redes sociais com investigações inusitadas, é difícil falar de Magalhães dos Santos sem esquecer alguma coisa. E ainda há o proverbial “Quim, o Bom”, da carta que chegou ao destino sem indicação da rua.
Num espaço da sala, expunham-se alguns escritos, folhetos de palestras, livros autografados, elementos de um espólio reunido por Jorge Araújo, num trabalho de grande mérito para a preservação do espólio literário de Magalhães dos Santos.
(Membro do grupo Cultura Viva)