Um repórter de imagem do Porto Canal foi agredido no exterior de uma fábrica de calçado, ao que tudo indica pelo dono da fábrica, enquanto cobria o “despedimento” de trabalhadores em S. João da Madeira. A PSP tomou conta da ocorrência.
Uma equipa de reportagem do Porto Canal foi agredida em frente à empresa de calçado RAP Industrial, Lda, na Avenida do Brasil, em S. João da Madeira, quando uma jornalista e o repórter de imagem se encontravam no exterior da fábrica, junto de outros profissionais de comunicação social a acompanhar os protestos dos trabalhadores, que exigiam os documentos necessários para terem acesso ao subsídio de emprego, já que a empresa encerrou no início de janeiro.
Sem nada prever, um homem, que segundo nota do Porto Canal fará parte da direção da empresa, saiu do interior do edifício, falando em voz alta, para que as televisões parassem de filmar e, foi nessa altura, que se dirigiu ao operador de câmara do Porto Canal, empurrando-o, e agredindo-o de forma violenta, como mostram as imagens publicadas pela estação e por outros meios de comunicação.
Seguiram-se momentos de grande tensão junto ao portão da fábrica com os trabalhadores e a responsável sindical, revoltados com o comportamento a quem chamaram o “dono” da empresa. Um homem, que estava junto dos trabalhadores, acabou por ser agredido também e sofrer ferimentos.
Fernanda Moreira, coordenadora do Sindicato Nacional dos Profissionais da Indústria e Comércio do Calçado, Malas e Afins (SNPIC), revelou que este comportamento do patrão não foi caso único e afirma serem “recorrentes”. A sindicalista explica que ela própria já foi “vítima de agressões por parte deste senhor, tendo-lhe colocado um processo-crime, que ele perdeu, e foi condenado criminalmente”, acrescentando que para este empresário sanjoanense “tratam-se de comportamentos normais deste senhor, e são muitos os que sabem disso”.
Manuel Tavares, CEO da empresa, relativamente às agressões, disse a 'O Regional’, apenas que “não sabia do aparato que estava na entrada do portão da fábrica e da presença da comunicação social. Não fazia a mínima ideia”.
Em comunicado enviado à nossa redação, a empresa explica que as declarações dadas aos jornalistas por Fernanda Moreira, presidente do sindicato, dia 25 janeiro, “não correspondem à verdade. A empresa não anunciou o encerramento nem despediu os trabalhadores antes do final do ano”, adiantando que, à data da entrevista, a empresa “não tinha em dívida salários aos trabalhadores”. Fazem ainda saber que a fábrica, no dia 5 de janeiro, “reuniu com os trabalhadores, expondo o problema da falta de encomendas e da inevitabilidade da apresentação de um processo de insolvência a curtíssimo prazo”, remata a mesma nota.
Apesar dos ânimos elevados na tarde de quinta feira, dia 25, ficou acordado que os empresários vão, nos próximos dias, submeter o pedido de insolvência da empresa, para que seja mais tarde o administrador da insolvência a entregar a respetiva documentação.
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