A IRIS acusa a Câmara Municipal de S. João da Madeira de recusar a oferta de um ninho artificial para cegonhas na chaminé da Oliva Creative Factory.
A polémica, que envolve a remoção de um ninho de cegonhas-brancas instalado na chaminé da antiga fábrica de chapéus Nicolau da Costa & C.ª Lda, no parque da superfície comercial Lidl em S. João da Madeira, continua. Agora, a IRIS – Associação Nacional de Ambiente, através do Núcleo do Porto, refere, em comunicado enviado à nossa redação, que, no último dia 30 de janeiro, propôs à Câmara Municipal de S. João da Madeira uma “parceria entre as duas instituições, que possibilitasse a colocação imediata de uma estrutura artificial para aquele casal despejado”, que, desta forma, “servisse de alternativa imediata”, antecipando um mês, em relação à “recolocação do ninho antigo na chaminé”.
Na mesma nota, a Associação recorda que esteve presente na última reunião da Câmara Municipal, tendo questionado o autarca de S. João da Madeira sobre o assunto, e que o mesmo “recusou qualquer iniciativa imediata” de oferecer ao único casal de cegonhas da cidade uma casa alternativa, que não incluísse a empresa LIDL, à qual a IRIS “se recusa a dar qualquer cobertura que limpe a sua má imagem e comportamento”.
Nessa mesma reunião de câmara, o chefe do executivo sanjoanense, Jorge Vultos Sequeira (PS), voltou a salientar que a remoção do ninho é “temporária” e que o mesmo “vai ser reposto”, recordando que, com a presença do ninho, a obra de manutenção de reforço estrutural da chaminé que o albergava não poderia avançar. “Fazemos fé naquilo que o ICNF determina, porque é o que está determinado na lei”, afirmou o presidente da Câmara, adiantando que deram resposta à IRIS naquela manhã de terça-feira. “Genericamente, diz que a autarquia sanjoanense está disponível para fazer todos os esforços para preservar o ninho de cegonhas em S. João da Madeira”, resumiu Jorge Vultos Sequeira, lembrando o papel deste município junto ao promotor da obra do Lidl, que se devia preservar a chaminé e o ninho de cegonhas. “Deve haver razões para que o ICNF tenha emitido licença nesse período”, comentava o edil.
A mesma nota da IRIS dá também conta de que o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) emitiu uma licença para a remoção do ninho de cegonha na chaminé do LIDL, em S. João da Madeira, antes de 31 de janeiro de 2025, caso não esteja ocupado. No entanto, “essa decisão desrespeita as próprias normas do ICNF”, que indicam que a remoção de ninhos de cegonha-branca deve ocorrer entre 1 de setembro e 31 de dezembro, e considera-se ocupado quando há aves no ninho, o que já aconteceu em dezembro passado.