Sociedade

Em abril S. João da Madeira volta a ser “Cidade Azul”

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Com o objetivo de mobilizar a comunidade em torno da proteção da infância, através da prevenção de comportamentos potenciadores de risco, S. João da Madeira volta a ser “Cidade Azul”. Esta iniciativa colaborativa é promovida pela CPCJ concelhia

João Coelho, presidente da instituição, clarificou que a “melhoria da consciência da comunidade sobre os direitos das crianças promove a melhoria geral dos direitos humanos na comunidade”, estimulando práticas mais saudáveis nas famílias e nos locais de trabalho, escolas, associações (…). A campanha deste ano “Pendura o teu Laço”, pretende promover a história do Laço Azul, desafiando o público a pendurar o mesmo nos automóveis, e outros locais (ação 1). Esta ação vai servir para alertar a comunidade para esta problemática, assim como para incentivar os sanjoanenses para a participação na ação do dia 29 de abril, “Azul em movimento, segue as pegadas”, que encerra com a formação de um laço azul humano comunitário traduzindo “a união da população em torno desta causa”.
Criada em 2001, a CPCJ de S. João da Madeira tem desenvolvido várias iniciativas de sensibilização desde então, tal como as “campanhas de prevenção dos maus tratos infantis durante o mês de abril”. No entanto, João Coelho assegura que esta é “uma tarefa contínua”, e “sempre em desenvolvimento”, sendo que “muitas organizações centrais”, também, “trabalham diariamente para proteger as crianças e jovens em Portugal”.
Esta campanha, na cidade, já incluiu várias atividades como os eventos públicos “24 horas a correr”, “12 horas a correr” (realizado antes da pandemia), o “Labirinto Sensorial- “A que cheira o amarelo”(2015), workshops “tal como o do ano passado -“Ver o Invisível”, para pais, professores, profissionais de organizações e membros da comunidade. Além destas, houve também a promoção de atividades educativas, em escolas e creches, para ensinar as crianças a identificarem situações de perigo, saberem como pedir ajuda, e também promover “uma maior tomada de consciência sobre os sinais de abuso e negligência na infância para a identificação pelos membros da comunidade”.
No concelho a sinalização dos maus tratos às crianças tem “apresentado alguma estabilização” tal como clarificou o dirigente, no entanto, “a sua gravidade” tem aumentado. “As entidades que mais sinalizam são a PSP, as Escolas e as sinalizações anónimas, tendo-se assistido a uma maior sinalização do público diretamente à CPCJ, fruto de haver um campo no site da comissão nacional que o permite que é o facilmente-@https://www.cnpdpcj.gov.pt/comunicar-situacao-deperigo”, informou João Coelho, acrescentando que a faixa etária de crianças com mais sinalizações encontra-se entre os 12 e os 15 anos.
Quando questionado relativamente à possibilidade da pandemia e da crise que se vive atualmente estarem a estimular o aumento dos maus tratos nas crianças, o dirigente respondeu que, muito embora não haja evidências concretas para esse facto, “há a possibilidade desses fatores” estarem a contribuir “para um aumento do stress e da ansiedade nos pais e cuidadores, o que pode levar a um aumento dos comportamentos agressivos e/ou negligentes, em relação às crianças”. Apesar disto, realça que “é importante notar que a maioria das famílias” consegue lidar com esses desafios, “sem recorrer à violência ou abuso na infância”. Mais destacou que as medidas preventivas de proteção aos mais jovens “continuam a ser fundamentais”, sendo “importante que a comunidade e as organizações da sociedade civil se mobilizem para garantir a sua segurança e bem-estar” durante “estes tempos difíceis”. “É precisamente aqui que a CPCJ desempenha o seu papel”, exortou. De igual modo referiu que a comunidade pode desempenhar um papel “importante na prevenção e combate” aos maus tratos infantis, e que “proteger as crianças não é apenas reportar o que os outros fazem”, mas também, alertar para a “necessidade de nós próprios revermos os nossos comportamentos”. É “fundamental” estar atento aos sinais de alerta de maus tratos infantis “como marcas de violência física, comportamentos estranhos ou assustados, falta de higiene pessoal, mudanças de humor, (…)”. Caso a pessoa note qualquer um desses sinais deve reportar, tal como João Coelho alertou, para a linha de emergência nacional 144, ou preencher o formulário da comissão nacional em @https://www.cnpdpcj.gov.pt/comunicar-situacaode- perigo.
Finalizou, avançando que um dos principais objetivos da CPCJ de S. João da Madeira é melhorar os sistemas de denúncia e interpretação, “para garantir que as crianças em risco sejam identificadas o mais cedo possível”, ou seja, disponibilizando “medidas preventivas eficazes, incluindo programas de suporte às famílias”. O responsável ainda salientou que o plano de atividades anuais para prevenir os maus tratos na infância será apresentado “muito em breve ao público”.

Simbolismo do Laço Azul
A origem do laço azul remonta a 1989, quando uma avó de Seattle, nos Estados Unidos, amarrou uma fita azul na antena do seu carro como forma de lembrar a todos a tragédia que aconteceu com o seu neto, que foi morto por abuso infantil. A fita azul tornou-se símbolo para consciencializar as pessoas sobre os maus tratos na infância e foi adotada por outras organizações, em todo o mundo.
Desde então, o laço azul tornou-se um símbolo universal de apoio à prevenção dos maus tratos infantis. Usá-lo é uma forma de demonstrar solidariedade e compromisso em proteger as crianças e jovens contra a violência e o abuso.
O laço azul pode ser usado na lapela, no pulso, na nossa casa, entre outros objetos, e é uma forma de mostrar o apoio à causa da prevenção dos maus tratos na infância.
A CPCJ de S. João da Madeira pretende nesta campanha da Cidade Azul, “Pendura o Teu Laço”, recriar esta história na cidade.

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