Sociedade

Incidente na Cidade no Jardim “não pode ficar impune”

• Favoritos: 67


Jorge Sequeira condenou “conduta irresponsável e ilícita” e prometeu agir judicialmente contra autores do incidente que provocou 16 feridos ligeiros na Cidade no Jardim. A oposição pediu esclarecimentos e defendeu um “modo de operar diferente”.

O incidente que provocou 16 feridos ligeiros na Cidade no Jardim foi tema na reunião de Câmara. Jorge Sequeira começou por agradecer a todos os que colaboraram no evento (ver caixa) para depois abordar o incidente com artigos pirotécnicos que marcou a noite de sábado. O presidente do município lamentou o ocorrido, que atribuiu a uma “conduta irresponsável, ilícita e eventualmente criminal”, e assegurou que as autoridades estão a desenvolver “todas as diligências para identificar os autores dos factos e para os levar à justiça”. A autarquia vai também tomar “as iniciativas judiciais que se revelem adequadas para responsabilizar as pessoas que de forma absolutamente leviana, irresponsável e ilícita praticaram aqueles atos”. O edil enalteceu “a pronta resposta dos bombeiros e da PSP”, agradeceu a compreensão de todos e desejou “rápidas melhoras” às pessoas atingidas, que “não sofreram, felizmente, consequências graves”. Sequeira agradeceu ainda a todos os que compareceram no evento nos dias seguintes, “confiando na organização”. “Este evento tem cerca de 20 anos e nunca algo semelhante tinha ocorrido e só ocorreu devido a uma conduta totalmente irrefletida e imponderada de algumas pessoas sem responsabilidade”, vincou, deixando a garantia de que o incidente “não pode ficar impune”. O edil evidenciou que, nos dias seguintes, o evento teve grande afluência, classificando-o como “um êxito”, salvo o incidente. “O evento veio para ficar e é uma marca importante da nossa cidade”, concluiu.

Coligação defende “modo de operar diferente”

Do lado da Coligação A Melhor Cidade do País, o vereador Paulo Barreira agradeceu os esclarecimentos e lembrou que o evento é já uma referência “e que há 20 anos vai crescendo e tendo dinâmica própria”. Concordando que os responsáveis pelo incidente devem ser punidos, Paulo Barreira apontou que, perante um ato de “infantilidade e irresponsabilidade”, não é possível considerar que “o evento foi um sucesso”. “Não podemos ignorar o que assistimos e o que foi relatado”, argumentou, para defender que a oposição tem a “responsabilidade de questionar para obter respostas concretas”. Denotando que o cartaz do evento anunciava a receção à equipa de hóquei em patins da ADS, Paulo Barreira questionou se o momento e a chegada ao recinto foi articulada com as forças de segurança, a equipa e os responsáveis da claque, “até para precaver situações futuras porque o evento normalmente acolhe campeões”. O vereador defendeu que é preciso “pensar de forma diferente” e pediu o envio do plano de emergência do evento.

Foram tomadas “as cautelas devidas e necessárias”

Em resposta, o presidente do município prometeu fazer chegar o documento e afirmou que a articulação com a secção de hóquei em patins existiu. “A secção sabia que a equipa de hóquei em patins ia subir ao palco, mas não foi colocado um polícia ao lado de cada elemento da claque, como nunca foi em lugar algum e em momento algum”, retorquiu.
Jorge Sequeira frisou que se tratou de “um comportamento individual totalmente imprevisível e inusitado”. “É um ato totalmente inesperado que em 20 anos nunca ocorreu e ninguém espera que uma pessoa normal, razoável, vá para um sítio onde estão centenas de pessoas deflagrar foguetes, como ninguém espera que alguém coloque um cinto de explosivos à volta de si próprio e entre numa rua cheia de pessoas e se faça explodir”, continuou. Para o edil, tratam-se de atos que por “todas as medidas de cautela ou de segurança que se adotem, muitas vezes se tornam inevitáveis como a história demonstra”. Jorge Sequeira garantiu ainda que foram tomadas as “cautelas devidas e necessárias”.
Paulo Barreira ainda voltou a usar da palavra para vincar que a Coligação A Melhor Cidade do País não “está a fazer política com tragédias e incidentes”, mas sim salvaguardar que não se repitam no futuro. “É como pagar um seguro de um carro e nunca ter acidentes até à primeira vez. Isto aconteceu e é preciso, daqui para a frente, ter um modo de operar diferente em relação a estes momentos, que por si só já são estimulantes e às vezes já se cometem excessos”, defendeu.


Equipa esteve em “prontidão” no evento

As primeiras palavras de Jorge Sequeira sobre a Cidade no Jardim foram de agradecimento a várias entidades, nomeadamente a todas as associações e instituições que colaboraram no evento, “um lugar de reencontro de todos os sanjoanenses”, bem como a presença da Associação Maense em Portugal com “uma participação muito vincada e presente”. Os agradecimentos estenderam-se aos funcionários da autarquia, que “colocaram o evento de pé”, e aos Bombeiros Voluntários de S. João da Madeira, que “asseguraram a permanente vigilância e acompanhamento”, com uma equipa de cinco elementos em “prontidão” e a presença de uma ambulância, um carro de combate a incêndios e um posto de socorro. O autarca agradeceu ainda a atuação da PSP, Proteção Civil Municipal e da delegação de saúde de S. João da Madeira, referindo que as entidades presentes nas tasquinhas tiveram formação no quartel dos bombeiros voluntários para combate a incêndios e que todas as tascas estavam dotadas de equipamentos de primeira intervenção para combate a eventuais sinistros.

67 Recomendações
213 visualizações
bookmark icon