O canil está lotado, e a Câmara só recolhe animais em casos muito especiais. Os Sanjoanenses estão assustados com o problema que se arrasta no tempo.
Uma matilha de cães anda à deriva em vários pontos de S. João da Madeira e está a assustar a população, dado que se trata de animais de grande porte. Há quem afirme que o número de cães vadios tem vindo a aumentar, nos últimos meses, mas há também quem afirme o contrário.
Durante o dia, nem sempre se deixam ver, mas, ao fim da tarde, os cerca de seis cães, há muito identificados, são vistos em jardins, junto de sacos de lixo, onde procuram comida, e há quem lhes forneça alimento em recipientes de plásticos espalhados pelas ruas.
No início desta semana, uma mulher, de 36 anos, foi surpreendida pelos animais. Ana Pinho, ao sair da viatura para se dirigir ao seu posto de trabalho, foi atacada por dois cães. “Não é a primeira vez que me assustam”, só que desta vez foi diferente. “Um deles ainda me arranhou, mas consegui entrar no carro com muita rapidez”, enfatiza.
Isto aconteceu na zona do Parque Nossa Senhora dos Milagres, logo pela manhã. “Tem dias em que ninguém os vê por aqui. Mas, ultimamente, tem sido por demais”.
Esta sanjoanense diz nunca ter apresentado queixa na PSP, pois não culpa os animais, mas as pessoas que os abandonam. Apesar de considerar que “alguma coisa tem de ser feito”, entende que não deverá ser fácil resolver o problema, principalmente quando o canil está lotado.
Esta sanjoanense alerta que “os animais errantes são um problema de saúde pública. A maioria não deve estar vacinada, e isso é perigoso” para quem circula pela cidade.
No último dia 23 de setembro, a meio da tarde, Alexandra Nunes passava junto ao Golden Tulip Hotel e apercebeu-se da presença dos animais no jardim do hotel. “Avancei sem qualquer receio, pois já o tinha feito várias vezes, neste e noutros pontos da cidade e nunca me atacaram”. Só que nessa quinta-feira foi diferente. “Um dos cães, o preto, possivelmente assustado com o barulho de uma ambulância que passava pelo local, veio em minha direção a ladrar, e eu fiquei sem saber como reagir e pensei que o melhor seria mesmo ficar parada”, sustenta, acrescentando que o animal, perante esta sua reação, acabou por não se aproximar mais. “Nessa altura passou um senhor de carro que, ao aperceber-se, parou e perguntou se eu necessitava de ajuda”, o que acabou por não ser necessário. Alexandra reforça que os animais podem “atacar pontualmente”, mas, na maioria das vezes, não são agressivos, o que a levou a não fazer qualquer participação, segundo proclamou.
Artigo disponível, em versão integral, na edição nº 3860 de O Regional, publicada em 7 de outubro de 2021