Compasso Pascal, uma tradição religiosa popular em muitas cidades portuguesas, retorna a S. João da Madeira, no dia 9 de abril, com 20 equipas de fiéis que atravessam a cidade para levar a fé e a esperança aos sanjoanenses
Em entrevista a dois elementos do compasso, Graça Leite e João Neves, o “O Regional” quis perceber o que leva estas pessoas a deixar as celebrações em família e juntarem-se a esta iniciativa de modo a levarem um pouco da vida religiosa à casa dos munícipes de S. João da Madeira.
Um momento de devoção e reflexão são a oportunidade perfeita para Graça Leite compartilhar mensagens de esperança e renovação, algo que a Páscoa representa. “Ir a casa das pessoas e ver o entusiasmo delas, é um momento de fé muito grande e mesmo sendo bastante cansativo, sentimos ao mesmo tempo que recebemos uma recompensa imensa que é levar essa alegria aos sanjoanenses e essa sensação é imensurável”, confessa Graça Leite, elemento do compasso.
As expectativas estão em alta e as repercussões da Covid-19 que ainda no ano passado assolaram a visita do Compasso Pascal não deverão voltar a acontecer, acrescentando Graça Leite que “embora muitas pessoas tenham evitado abrir as portas no ano passado, este ano a situação é diferente. Espero que as pessoas se sintam mais recetivas a receber o Compasso novamente”
João Neves é, igualmente, um dos muitos voluntários que colabora há sete anos com o compasso da sua paróquia. Sem qualquer ligação familiar com esta tradição religiosa, João acabou por se envolver por pura curiosidade e acabou por se apaixonar pelo espírito de partilha e solidariedade que se vive nesta época do ano.
Em entrevista, João afirmou que “na altura entrei para o compasso sem pensar e, de facto, não vem de família, aliás eu já tenho várias ligações com a igreja e até tenho sido eu que tenho levado a minha família a conhecer e a integrar estas iniciativas”. Com o passar dos anos, João tornou-se um dos elementos mais importantes deste grupo de voluntários que percorre as ruas da sua freguesia, levando a mensagem da ressurreição de Cristo a todas as casas.
Para ele, o melhor do compasso é o convívio entre todos os participantes e a oportunidade de conhecer novas pessoas. “As pessoas fazem o nosso dia e nós fazemos o dia delas e isso é muito bom”, afirma. “Para além disso, este é um momento de partilha e de solidariedade que faz com que as pessoas se unam e se ajudem mutuamente”, acrescenta.
João Neves, Graça Leite e os seus colegas voluntários continuam a preparar-se para o compasso deste ano, esperando que esta tradição religiosa possa trazer alegria e esperança a todas as pessoas da comunidade sanjoanense.