Um cidadão brasileiro, condenado por agressão sexual de pessoa vulnerável a quatro vítimas no Brasil, vive há mais de um ano em S. João da Madeira. ´O Regional´ falou com o arguido, que remeteu qualquer declaração para o seu advogado.
Um homem de nacionalidade brasileira, e com cidadania portuguesa, reside em S. João da Madeira há mais de um ano, depois de ter deixado o Brasil após a condenação a 28 anos de prisão, por violação de pessoa vulnerável a quatro vítimas.
Fernando Lopes de Carvalho antigo treinador da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) terá apresentado recurso ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ) brasileiro e ainda pode apresentar um recurso extraordinário.
A notícia foi avançada pela GloboEsporte (GE), portal de notícias de desporto brasileiro que pertence ao Grupo Globo, e confirmada pelo ‘O Regional’ junto de uma fonte, que pediu reserva de identidade, e que diz conhecer o homem em causa. “Parece-me uma situação muito grave, pois não está impedido em Portugal de trabalhar ou de se aproximar de crianças. Nada nos garante que não possa ter feito o mesmo aqui onde vive”, sublinha. Esta semana, o programa “Doa a quem Doer” da CMTV falou com o cidadão brasileiro, que garantiu nunca ter estado preso e disse acreditar que isso não vai acontecer, uma vez que assegura estar “inocente”.
Segundo a GE, o processo está, atualmente, em segredo de justiça, para preservar a identidade das vítimas, antes de o STJ voltar a julgar o cidadão, que agora reside em S. João da Madeira, já em terceira instância.
Segundo apurámos, o antigo treinador saiu do Brasil via Paraguai, com escala em Madrid, e depois rumou a Portugal, tendo escolhido S. João da Madeira para viver.
Neste momento, e ao que tudo indica, o seu passaporte estará já caducado. À CMTV garantiu que veio para Portugal “só procurar paz”. “E é o que estou a ter até ao momento. Estou a defender-me, que é o que tenho de fazer. Nunca neguei falar quando fui chamado, nunca neguei prestar um depoimento na polícia. Sempre fiz aquilo que tive de fazer, porque tenho na minha consciência a minha liberdade. Tenho na minha consciência a minha inocência”.
“Não tenho nada a dizer”
Em declarações a ´O Regional’, Fernando Lopes de Carvalho não se mostrou disponível para prestar qualquer declaração relativamente ao assunto. “Não tenho nada a dizer” remetendo qualquer declaração para o seu advogado. Contacto esse que não foi possível até ao encerramento da edição.
Questionado se tenciona voltar para o Brasil depois de concluído o processo, o cidadão brasileiro é rápido na resposta: “Lógico”, enfatizando também que as pessoas “sabem da sua condenação”.
A ‘O Regional’, a mesma fonte que diz conhecer o indivíduo revela que o “senhor Carvalho”, como é conhecido em S. João da Madeira, quando chegou à cidade, tentou trabalhar no ramo da imobiliária, depois trabalhou numa churrasqueira e, atualmente, prestava serviço numa empresa de metalúrgica, fazendo ainda umas horas na área da restauração.
A nossa reportagem tentou junto das duas empresas uma reação, mas ninguém se mostrou disponível para falar do assunto. No entanto, um dos colegas de trabalho referiu que só teve conhecimento nos últimos dias do caso judicial mediático e que o cidadão brasileiro não tem estado a trabalhar.
Poderá ter acesso à versão integral deste artigo na edição impressa n.º 3996, de 11 de julho de 2024 ou no formato digital, subscrevendo a assinatura em https://oregional.pt/assinaturas/