Sociedade

Emancipação Concelhia a caminho dos 100 anos

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A quatro anos do centenário, comemorou-se, na passada terça-feira, o 96º aniversário da emancipação concelhia de S. João da Madeira, obtida a 11 de outubro de 1926, data em que deixou de pertencer a Oliveira de Azeméis.

Para o Presidente da Câmara Municipal, Jorge Vultos Sequeira, a emancipação concelhia “é uma construção coletiva permanente, que começou muito antes dessa data e que continua a renovar-se e a reforçar-se, graças a gerações e gerações de pessoas aqui nascidas ou que escolheram esta terra para viver, trabalhar ou estudar”, tendo hoje uma “comunidade dinâmica, aberta e inclusiva, valorizada por quem aqui chega e se integra, seja com origem nas localidades vizinhas, seja de outras geografias” à procura, por vezes, de “um porto seguro face a conflitos e a regimes que atentam contra os valores da democracia e os direitos humanos”.
O autarca recordou que as “instituições de referência” da história sanjoanense nasceram nos primeiros anos da década 20 do século passado, sendo exemplos a Banda de Música, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários, a Associação Desportiva Sanjoanense, a Santa Casa da Misericórdia e o jornal ‘O Regional’.
Considerando que o Prémio Literário João da Silva Correia é “uma homenagem ao grande escritor e jornalista sanjoanense”, o edil apontou que a obra “Unhas Negras” retrata “a natureza trabalhadora e empreendedora das nossas gentes, e a sua capacidade de vencer adversidades e ultrapassar obstáculos”.
Nesse sentido, Jorge Vultos Sequeira saudou o vencedor deste ano, José Pedro Alves Moreira, autor de “O grilo no supermercado”, e também Ana Maria Carvalho Pinhei

ro Vieira, autora de “Criação de estrelas mortas”, distinguida com uma menção honrosa no âmbito do concurso, ambos presentes e agraciados na sessão solene.
Ao todo, no âmbito deste concurso, foram mais de sete dezenas os originais recebidos pela Biblioteca Municipal Dr. Renato Araújo, provenientes de várias localidades de Portugal, mas também do Brasil, da Suécia e da Suíça”, informou o autarca.

“Um novo período de crescimento, desenvolvimento e afirmação de S. João da Madeira”

Jorge Vultos Sequeira dirigiu-se ainda às escolas, “pelo papel central que passaram a assumir nas comemorações do Dia do Município, o que mais uma vez ficou bem vincado, através das diferentes intervenções de recriação da nossa história protagonizadas pelos nossos estudantes” e frisou que aqueles jovens lembram que “a história pode ser celebrada de olhos postos no futuro, retirando lições e aprendizagens para lidar com os desafios do presente e com a salvaguarda das condições de vida das próximas gerações”.
No seu entender, “essa visão de futuro” está presente em diversas políticas municipais, como a implementação do Plano Municipal de Transição Energética, o contrato de gestão delegada com a empresa municipal “Águas de S. João”, o arranque da implementação do Regulamento Municipal de Arrendamento para Subarrendamento, para reforço da oferta de habitação social e a entrada em funcionamento do novo edifício do agrupamento de Escolas Dr. Serafim Leite.
Estas políticas “refletem importantes mudanças na nossa cidade, prosseguindo a dinâmica de desenvolvimento que está ao nosso alcance se continuarmos a trabalhar lado a lado, como até aqui, em prol do progresso do nosso concelho”, frisou o chefe do executivo municipal.
“Estou confiante de que, inspirados pelos anos 20 do século passado, conseguiremos – enquanto comunidade – ultrapassar os momentos de enorme dificuldade que decorrem da pandemia da Covid-19 e da guerra na Ucrânia, para fazer desta segunda década do século XXI um novo período de crescimento, desenvolvimento e afirmação de S. João da Madeira”, concluiu Jorge Vultos Sequeira.

“Um trabalho permanente, de uma sociedade coesa”

Por sua vez, a Presidente da Assembleia Municipal, Clara Reis, referiu-se a S. João da Madeira como uma cidade “pioneira em muitos projetos que se repercutem” por outros concelhos do país.
A autarca mostrou-se convicta de que o governo da cidade “tem especial foco na igualdade de direitos e por isso não renega o seu dever de por todos olhar, com especial atenção dos que mais precisam”.
Nada está concluído e muito há a fazer, mas este é o caminho, um trabalho permanente, de uma sociedade coesa, resiliente, audaz e segura da importância de valores que nos possam permitir uma via feliz e digna, para todos, sem exclusão nem discriminação”, concluiu Clara Reis.

“Não vivemos tempos que nos permitam cruzar os braços”

A representante da Assembleia Municipal Jovem, Lara Oliveira, começou por salientar a “importância” que o munícipio dá à juventude e citou João da Silva Correia para agradecer aos “Unhas Negras” o contributo para a construção de S. João da Madeira, como hoje é.
Não vivemos tempos que nos permitam cruzar os braços”, disse também a jovem, vincando que “é preciso agir”.
A sessão solene contou com momentos musicais pela Academia de Música, terminando com o hino de S. João da Madeira, pela Banda de Música.
As comemorações da emancipação concelhia começaram às 9h30, na igreja matriz, com uma missa em memória de autarcas e funcionários municipais falecidos, seguindo-se uma romagem aos cemitérios para deposição de coroas de flores nas sepulturas de autarcas e bombeiros sanjoanenses falecidos.
Depois do hastear das bandeiras, com a presença dos Bombeiros Voluntários e a atuação da Banda de Música, houve a inauguração de exposições e apresentação de rábula pelos agrupamentos de escolas do concelho.
De tarde, houve um concerto, na Casa da Criatividade, com a Banda de Música da Força Aérea.
O programa das comemorações dos 96 anos da emancipação concelhia, que abriu com a apresentação do livro “Os Meus Versos, de António Gil, no sábado, dia 8, termina no sábado, dia 15, com a inauguração da exposição do Centro de Arte da ACAM “Victor Palla – Maria José Palla – Centenário do nascimento de Victor Palla”, que acontece na Torre da Oliva, às 17h30.

 

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