Ação de sensibilização levada a cabo pela Unidade Local de Saúde de Entre o Douro e Vouga visou alertar para “casos assintomáticos e menos típicos” e para a importância do diagnóstico da doença celíaca.
Em Portugal, existem cerca de 100 mil doentes celíacos, mas apenas 20 mil estão diagnosticados. Os números avançados pela Associação Portuguesa do Celíaco ao jornal “O Regional” evidenciam a pertinência da ação de sensibilização levada a cabo no Hospital S. Sebastião no Dia Internacional do Celíaco, celebrado anualmente a 16 de maio.
Crónica e autoimune, a doença celíaca surge em pessoas geneticamente predispostas, sendo desencadeada pela ingestão de glúten, uma proteína presente em cereais como o trigo, a cevada ou o centeio. A doença pode surgir a qualquer idade e os sintomas mais comuns incluem diarreia, distensão abdominal ou cólicas abdominais, mas Miguel Costa, assistente hospitalar de pediatria na Unidade Local de Saúde de Entre o Douro e Vouga (ULS EDV), sinaliza que há “casos assintomáticos e menos típicos“ que contribuem para uma doença subdiagnosticada. “Nos últimos anos temos cada vez mais diagnósticos em adultos, principalmente em mulheres com uma anemia que não é corrigida, mulheres que não conseguem engravidar, alterações do fígado, alterações do esmalte dentário… São sintomas para os quais a maior parte dos médicos não estava alerta”, assinala. Daí a importância de despertar consciências junto da comunidade médica e da população, defende Miguel Costa, para que o diagnóstico não escape já que podem existir “complicações graves”, como o linfoma intestinal ou a doença celíaca refratária.
De acordo com o profissional, nos últimos anos a pediatria da ULS EDV acompanhou entre 60 a 70 crianças com doença celíaca (sensivelmente o mesmo número registado em adultos). “É importante que as pessoas percebam que o tratamento – a dieta sem glúten – é para toda a vida e explicar que a doença não é assim tão má como parece”, refere Miguel Costa. Por isso mesmo, a ação que decorreu no átrio da consulta externa do Hospital S. Sebastião contemplou também a prova de biscoitos artesanais sem glúten, que serviu para mostrar que “é possível dar a volta e fazer comida saborosa sem glúten”.
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