O Dia de Todos os Santos antecede o Dia dos Finados, mas é neste feriado nacional que muitos prestam homenagem a quem já partiu. Em S. João da Madeira, muitas pessoas rumaram ontem aos três cemitérios. Espaços de “solidão” e de “muito silêncio”.
Depois do dia de Todos os Santos, hoje, dia 2 de novembro celebra-se o dia dos féis defuntos. O tempo de chuva não impediu que muitas pessoas fizessem a sua romagem aos três cemitérios para honrar a memória de amigos e familiares falecidos, além de acompanharem as várias celebrações religiosas.
Ao longo do dia de hoje na Igreja Matriz estão agendadas várias missas, assinalando a comemoração dos Fiéis Defuntos.
O corrupio de pessoas carregadas de arranjos florais era visível junto das entradas, na manhã de segunda e terça-feira. “O tempo não está a ajudar”, desabafava Rita Pinto, no cemitério n.3. No início da semana, a maioria das sepulturas já se encontravam preparadas para receber apenas os arranjos para as celebrações que conheceram, ontem, dia de Todos-os-Santos, (1 de novembro), o seu ponto alto. Por seu turno, Helena Almeida, entende que os cemitérios, “habitualmente são espaços de muita solidão”, e que nesta altura recebem visitas pouco frequentes. “Eu entendo a ausência de muitas pessoas do cemitério durante meses. A vida nem sempre possibilita a visita a este espaço de silêncio como se pretendia. Isso já aconteceu comigo quando estava em Vila Real. Este dia permite passar a mensagem que não se esqueceram deles de forma imaterial”, enfatizou.
Todos os anos, neste dia as flores, velas espalham-se pela relva e pelas estruturas de granito dos cemitérios da cidade. E as flores da época, como o crisântemo, voltaram a sobressair em muitas jarras de pedra.
Uma florista da cidade com vários anos de experiência, revelou a ´O Regional’, que “há sempre muita oferta nestes dias”, o que “permite aos clientes comprarem em função das possibilidades de cada um”, assumindo que “o preço não alterou muito em relação ao do ano passado”.
Cemitério é um espaço “sagrado”
Álvaro Rocha, pároco da cidade, defende a ‘O Regional’ que o cemitério é um espaço “sagrado”, considerando que “os túmulos devem ser tratados com dignidade. Mas isso não tem a ver só com flores”. Entre vários exemplos, aborda o “respeito nos funerais” que, “às vezes, não existe”, e de alguns comportamentos dentro do cemitério. “O respeito vale tanto ou mais que uma flor”, reforçando “o apelo da igreja para que estes dias sejam dias de oração. E sinto que os sanjoanenses o mostram na oração comunitária do dia 1 de novembro”, rematou.
Quanto aos possíveis “exageros” na decoração das campas. O abade preferiu não “opinar” muito relativamente ao assunto, considerando, no entanto, que “exageros são exageros”. Apesar de considerar tratar-se de um dia especial, “se nos outros 364 dias não dignificarmos os túmulos dos nossos defuntos, que verdade existe nestas decorações”, questiona.