
No dia 13 de junho, o Rotary Club de S. João da Madeira promoveu a tertúlia “Palavras que acolhem: descobrir os cuidados paliativos”, tema sempre atual, até pela imprevisibilidade das doenças que podem implicar intervenções dessa ordem: doenças terminais, normalmente causadoras de grande sofrimento.
A animação da tertúlia esteve a cargo da psicóloga clínica Ana Oliveira e da médica especialista Cristina Teixeira Pinto.
Uma vez que se falava de situações que justificam a intervenção de equipas e técnicos especializados em cuidados paliativos, o debate foi circulando entre o foco nos doentes e os problemas enfrentados pelos cuidadores, pelas famílias e pelo universo das suas relações. Da mesma forma, terão que ser consideradas as intervenções aos níveis físico, psicológico e social, como salientou a psicóloga Ana Oliveira, sempre na perspetiva de “manter a identidade da pessoa”. A Dr.ª Cristina Teixeira Pinto, enquanto coordenadora da equipa de Cuidados Paliativos da ULS Entre Douro e Vouga, insistiu na necessidade de colocar “o foco na vida e na qualidade de vida dos doentes” e apelou à partilha de experiências. Alguns dos participantes na tertúlia não hesitaram em rever situações que os atingiram e a forma como as encararam, o que enriqueceu o debate e abriu frentes de diálogo mais diversificadas. Em relação aos cuidadores, a Drª Cristina insistiu na necessidade de “fazer balanços e criar pontes, de forma a combater a angústia e a dar-lhes tranquilidade”, porque “ajudar não é criar dúvida” e quem está de fora deve apoiar e apostar no que é positivo, sem especulações. A importância desse ambiente favorável e o respeito pela identidade do doente, como elementos importantes no processo, foram também defendidos pela psicóloga Ana Oliveira.
Antes do encerramento do debate, a Dr.ª Cristina lamentou que a nossa região não esteja provida dos meios humanos necessários para um acompanhamento cabal dos casos que surgem, “mesmo assim, estamos sempre disponíveis para dar a nossa ajuda, as solicitações podem ser feitas pelos canais habituais do SNS”.
Ficou também o apelo para que a sociedade crie “grupos de suporte”, nomeadamente em S. João da Madeira, onde há tantas associações que podem colaborar no apoio a doentes e cuidadores.
A tertúlia terminou com o agradecimento do presidente do Rotary Clube, Andrew Gay, a todos os presentes, em particular às duas dinamizadoras da sessão, salientando o grande interesse dos temas debatidos. O clube rotário tem já agendadas outras sessões dedicadas a temas da saúde, numa tradição que se tem mantido ao longo dos sessenta e dois anos da sua existência.



