Sociedade

Como comemorar o Dia de Todos os Santos?

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O Dia de Todos os Santos é celebrado todos os anos a 1 de novembro em honra de todos os santos e mártires, conhecidos e desconhecidos das igrejas cristãs, visando assegurar que mesmo os que não têm uma data dedicada a eles, não fiquem esquecidos no tempo.
Para compreendermos a origem desta data e os motivos por que a celebramos e como a celebramos, devemos recuar ao ano de 835 d.C., ano em que o Papa Gregório IV escolheu a data de 1 de novembro como comemorativa do Dia de Todos os Santos.
De facto, a origem dessa celebração remonta ao século IV, na Antioquia, em que no primeiro domingo após Pentecostes – data em que se comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus, Maria e de outros seguidores -, se recordavam os santos mártires. Mais tarde, no século VI, essa data passou a ser igualmente celebrada em Roma, tendo, entretanto, sido fixada para o dia 13 de maio e, finalmente, transferida para o primeiro dia de novembro pelo Papa Gregório IV.
Em Portugal, o dia 1 de novembro é considerado feriado nacional. Por culpa da crise, em 2012 foi decidido reduzir a quantidade de feriados religiosos (e também civis), tendo o Dia de Todos os Santos sido afetado por essa medida. Essa situação manteve-se entre 2013 e 2016, ano em que o Governo, por acordo com a Santa Fé, decidiu retomar o Dia de Todos os Santos como feriado nacional.
Os portugueses celebram também nesse dia de 1 de novembro, o Dia dos Finados, também conhecido pelo dia dos Fiéis Defuntos ou Dia dos Mortos, apesar de a data oficial dessa comemoração ser no dia seguinte, 2 de novembro.

Dia dos Finados

Por essa altura do ano, as famílias portuguesas deslocam-se aos cemitérios para homenagearem os seus entes queridos, enfeitando as suas lápides com velas e arranjos florais.
Nesses dias é habitual vermos imensas floristas às portas dos cemitérios.
Os crisântemos são, sem dúvida, as flores mais tradicionais do Dia de Todos os Santos. Colocar crisântemos junto às campas é um ritual muito comum, não só em Portugal, como em muitos mais países. Os motivos dessa preferência são vários. A flor de crisântemo é uma flor de outono muito resistente às baixas temperaturas dessa estação, característica essa que a torna adequada à celebração do Dia dos Finados. O simbolismo associado aos crisântemos também apela ao seu uso nessa data, pelo que se esse tema lhe interessar, poderá obter mais informações sobre o mesmo. E uma vez que o mês de floração dessas flores é em novembro, essa data será também a melhor para aproveitar todo o seu esplendor.
De facto, as flores sempre marcaram presença em inúmeras festividades, quer seja pelo seu simbolismo e pelo o que representam, como pela sua beleza. Recorremos frequentemente às flores para presentear alguém, para homenagear os entes queridos, para celebrar datas especiais, apresentar as nossas condolências, alegrar espaços e muito mais.

Rituais e crenças do Dia de Todos os Santos

Em Portugal, antes da homenagem aos familiares falecidos com ramos e flores nas suas campas, são realizadas missas e procissões desde a paróquia até ao cemitério.
São várias as culturas que festejam esta data, cada uma com os seus próprios rituais a variar desde eventos mais íntimos e discretos a enormes festividades que atraem milhares de pessoas, como é o caso do México.
Nos países anglo-saxónicos, na véspera do Dia de Todos os Santos, a 31 de outubro, há quem acredite que as almas dos mortos descem às suas terras natais. Foi dessa crença que nasceu o mundialmente conhecido Halloween, ou Dia da Bruxas (como é conhecido em Portugal), sendo festejado exatamente na noite de 31 de outubro. A título de curiosidade, a palavra “Halloween” tem origem na expressão “All Hallows Eve”, que significa “véspera de Todos os Santos”.
Uma tradição que gradualmente foi desaparecendo é o Dia do Pão Por Deus, também celebrado a 1 de novembro. Nesse dia, em algumas zonas do país, as crianças reúnem-se em pequenos grupos e vão de porta em porta pedir o “Pão por Deus”. Munidos de um saquinho de pano, as crianças vão recolhendo várias oferendas, tais como bolos, frutos secos, pão, etc.
O Dia de Todos os Santos coincide ainda outra data histórica para Portugal e que tornou ainda mais relevante o ritual do “Pão por Deus”. Foi exatamente a 1 de novembro de 1755 que um enorme terramoto destruiu parte de Lisboa, no momento em que milhares de portugueses se encontravam a assistir às missas do Dia de Todos os Santos. Este acontecimento levou ao empobrecimento de muitas famílias e a mais crianças a sair às ruas a pedir o “Pão por Deus”.
Desde 1980 que esta tradição do “Pão por Deus” se foi perdendo, sendo muito raras as localidades onde se realizam. Fátima é uma das poucas localidades onde esta tradição ainda se mantém.

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